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Falta de quórum impede impeachment de presidente da Coreia do Sul

Pedido de impeachment foi descartado por não receber os 200 votos necessários

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 7 de dezembro de 2024 às 09h31.

Última atualização em 7 de dezembro de 2024 às 09h57.

O Parlamento da Coreia do Sul não conseguiu alcançar o quórum necessário para votar o impeachment do presidente Yoon Suk-yeol neste sábado, 7.

A tentativa de afastamento foi frustrada após um boicote liderado por parlamentares da base governista, deixando a sessão com apenas 195 votos, número abaixo dos 200 necessários.

Segundo informações da agência sul-coreana Yonhap, apenas três membros do partido governista participaram da votação. A oposição, liderada pelo Partido Democrático, havia articulado a moção de impeachment após a controversa decisão de Yoon de declarar lei marcial em 3 de dezembro.

A declaração de lei marcial, que Yoon justificou como uma medida emergencial para conter supostas ameaças de forças antiestatais e da Coreia do Norte, gerou indignação generalizada e protestos em massa. A Assembleia Nacional, controlada pela oposição, revogou a medida poucas horas depois, forçando o presidente a suspendê-la apenas seis horas após sua implementação.

Como resposta, seis partidos de oposição uniram-se para apresentar o pedido de impeachment, argumentando que a ação de Yoon violava a Constituição ao tentar consolidar poderes extraordinários. Apesar disso, a falta de adesão de parlamentares governistas tornou inviável a aprovação da moção.

Crise política acirra tensões na Coreia do Sul

Este impasse político expõe as divisões profundas no sistema político sul-coreano. A crise remete ao impeachment de 2016 da então presidente Park Geun-hye, que também enfrentou acusações de abuso de poder e corrupção, culminando em sua destituição.

Caso a moção de impeachment tivesse sido aprovada, Yoon seria afastado imediatamente, e o primeiro-ministro Han Duck-soo assumiria interinamente enquanto a Corte Constitucional analisava o caso.

Impactos regionais e internacionais

A instabilidade política ocorre em um momento crítico para a segurança regional, especialmente nas relações com a Coreia do Norte. Observadores internacionais temem que a turbulência enfraqueça a posição de Seul nas negociações de segurança com aliados como os Estados Unidos e Japão, além de criar incertezas em questões comerciais e diplomáticas.

Analistas ressaltam que o episódio pode reduzir a confiança pública no governo e abrir espaço para um cenário político mais polarizado nas eleições futuras.
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