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Facebook apaga páginas relacionadas com ingerência russa nos EUA

O Facebook suspeita que as páginas com 1,5 milhão de seguidores eram controladas pela organização russa acusada de interferir nas eleições americanas

Segundo o jornal americano, o Facebook bloqueou as contas porque a IRA tinha adulterado a identidade dos criadores (Andrew Harrer/Bloomberg)

Segundo o jornal americano, o Facebook bloqueou as contas porque a IRA tinha adulterado a identidade dos criadores (Andrew Harrer/Bloomberg)

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EFE

Publicado em 4 de abril de 2018 às 10h42.

San Francisco - O Facebook decidiu eliminar mais de 200 páginas da rede social e no Instagram que eram supostamente controladas pela organização russa acusada de influenciar nas eleições presidenciais americanas de 2016, vencidas por Donald Trump.

Segundo o jornal "The Washington Post", a maioria das páginas eliminadas ontem estavam em língua russa o que, segundo a companhia presidida por Mark Zuckerberg, é um sinal de que a manipulação realizada pelos russos na rede continuou meses depois das eleições presidenciais.

As páginas e contas eliminadas tinham sido criadas pela denominada Agência de Pesquisa de Internet, vinculada ao Kremlin e também conhecida como IRA (na sigla em inglês), e eram voltadas principalmente para cidadãos russos, ucranianos e de outros Estados da extinta União Soviética.

No total, as páginas eliminadas tinham acumulado mais de 1,5 milhão de seguidores no Facebook e no Instagram.

Segundo o jornal americano, o Facebook bloqueou essas contas e páginas porque a IRA tinha mentido sobre a identidade de seus criadores e algumas delas tinham conteúdo específico sobre as eleições americanas.

Não obstante, a companhia de internet afirmou que a maioria desses perfis não pareciam problemáticos, segundo o chefe de segurança do Facebook, Alex Stamos.

"A segurança (nas redes) é um problema que não pode ser solucionado completamente", escreveu Zuckerberg em sua página pessoal do Facebook.

"Organizações como a IRA são adversários sofisticados que evoluem constantemente, mas seguiremos melhorando nossas técnicas para seguir em frente, especialmente quando se trata de proteger a integridade das eleições".

Algumas dessas páginas faziam elogios ao presidente russo, Vladimir Putin, e à beleza das cidades russas.

As contas da IRA, segundo o "Washington Post", gastaram por volta de US$ 167 mil em anúncios no Facebook e Instagram desde janeiro de 2015, segundo Stamos.

"Sabemos que a IRA e outros atores que procuram abusar do Facebook, sempre mudam suas táticas para conseguirem passar despercebidos por nossa equipe de segurança", escreveu Stamos. "Esperamos poder encontrar mais e, se conseguirmos, também os derrotaremos", acrescentou.

A decisão adotada pelo Facebook aconteceu dias depois que a Comissão Federal de Comércio dos Estados Unidos (FTC, na sigla em inglês) decidiu investigar a companhia após o vazamento de dados de aproximadamente 50 milhões de usuários à empresa de consultoria política britânica Cambridge Analytica.

A companhia britânica, que colaborou com a campanha de Donald Trump nas eleições presidenciais de 2016, usou tal informação para desenvolver um programa de computador destinado a prever as decisões dos eleitores e influenciá-los.

A IRA já foi alvo de sanções do Departamento do Tesouro dos EUA, que acredita que ela teria usado identidades falsas para se passar por cidadãos americanos nas redes sociais, a fim de gerar caos durante a campanha eleitoral.

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