Explosões no Irã deixam ao menos 103 mortos; veja vídeo
Outras 141 pessoas também ficaram feridas
Agência de notícias
Publicado em 3 de janeiro de 2024 às 10h52.
Última atualização em 3 de janeiro de 2024 às 13h51.
Ao menos 103 pessoas morreram no Irã, nesta quarta-feira, 3, em uma dupla explosão durante a homenagem ao general Qassem Soleimani, assassinado num ataque com drone em 2020, informou a televisão estatal iraniana.
Outras 141 pessoas também ficaram feridas e foram transferidas para instalações médicas, segundo a imprensa local. Num primeiro momento, a emissora confirmou a morte de 20 pessoas, mas depois revisou os números e citou ao menos 73 vítimas. O número já subiu para 103.
As explosões ocorreram perto do túmulo do general em uma mesquita na cidade de Kerman, no sul do país, disse a emissora. A TV estatal afirma que o caso é tratado como um "ataque terrorista".
Veja o vídeo:
Em 4 de janeiro de 2020, o comandante da Força Quds, encarregado das operações externas da Guarda Revolucionária (o Exército ideológico da República Islâmica), morreu em um ataque americano com um drone em Bagdá, no Iraque. Na época, o então presidente Donald Trump afirmou que foi uma resposta aos ataques contra interesses americanos em solo iraquiano.
"Enorme explosão ouvida perto da mesquita Saheb al-Zaman", onde o ex-chefe das operações estrangeiras da Guarda Revolucionária do Irã está enterrado, disse a TV estatal em uma primeira reportagem, nesta quarta. “Uma segunda explosão foi ouvida perto da mesquita Saheb al-Zaman”, acrescentou a emissora, pouco depois.
Dupla explosão
Em dezembro, um tribunal iraniano condenou o governo dos Estados Unidos a pagar US$ 50 bilhões por perdas e danos em decorrência do assassinato do general Qasem Soleimani (1957-2020) no Iraque, anunciou a agência da autoridade judicial iraniana, Mizan Online. Soleimani era considerado herói de guerra e peça-chave no aparato de segurança local.
Qasem Soleimani, morto aos 62 anos, foi um dos homens mais poderosos do país persa. Ele liderou as operações militares iranianas no Oriente Médio como comandante da Força Quds, unidade de elite da Guarda Revolucionária do Irã. Ele morreu enquanto sua comitiva deixava o aeroporto de Bagdá, junto a integrantes de uma milícia iraquiana.
Na ocasião, o ataque ocorreu poucos dias após manifestantes invadirem a embaixada dos EUA em Bagdá. De acordo com o Pentágono, Soleimani teria aprovado os ataques. Naquela época, os manifestantes protestavam contra um bombardeio direcionado às bases do grupo Kataib Hezbollah no Iraque e na Síria, em que 25 pessoas morreram.
Os Estados Unidos afirmaram, por sua vez, que a ofensiva foi uma resposta a um ataque de míssil contra uma base militar no Iraque que matou um civil americano. Com a morte de Soleimani, as tensões entre Washington e Teerã aumentaram, e o líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, afirmou que “uma vingança severa” aguardava os “criminosos” responsáveis.