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Explosão na Pemex ocorre em momento-chave para empresa

Os vínculos da empresa com o governo fazem com que as operações da Pemex e seus resultados estejam estreitamente vinculados com as necessidades financeiras do Estado

Destroços na sede da estatal mexicana de petróleo Peme: a Pemex, que produz 2,57 milhões de barris de petróleo por dia, gera para o Estado mexicano cerca de 40% de sua receita. (REUTERS / Bernardo Montoya)
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Da Redação

Publicado em 1 de fevereiro de 2013 às 16h42.

Cidade do México - A explosão ocorrida ontem na sede da Pemex representa um forte abalo a uma companhia essencial para o México e aconteceu em um momento relevante para o futuro de uma companhia cheia de polêmicas.

A Pemex, que produz 2,57 milhões de barris de petróleo por dia, gera para o Estado mexicano cerca de 40% de sua receita, e suas operações estão diretamente ligadas aos resultados do orçamento nacional.

A companhia foi fundada em 7 de junho de 1938, pouco depois de o governo liderado pelo presidente Lázaro Cárdenas decretar, em 18 de março, a desapropriação dos bens de 17 companhias petrolíferas que operavam no país.

Seus quadros diretores, tanto do grupo como de suas subsidiárias, são nomeados pelo presidente rotativo, e a estreita relação da empresa com as autoridades representa uma das dificuldades para que possa se desenvolver com critérios empresariais.

Além disso, levando-se em conta que tem o monopólio da extração de petróleo e de gás e da distribuição de combustíveis no país, por mandato constitucional, a empresa continuamente é alvo de polêmicas políticas pelos imensos recursos que utiliza.

"O petróleo no México é como as touradas na Espanha: tudo é paixão", declarou nesta semana em entrevista à Agência Efe o conselheiro profissional da Pemex, Fluvio Ruiz.

Os vínculos da empresa com o governo fazem com que as operações da Pemex e seus resultados estejam estreitamente vinculados com as necessidades financeiras do Estado, porque 70% de suas receitas vão a parar no fisco.

Isso gerou um forte atraso na empresa pública, que perdeu as oportunidades de outras petrolíferas latino-americanas, como a Petrobras, já que só pode destinar 9% de suas receita para investir na companhia.


O grupo, controlado por interesses políticos, é o quarto maior produtor mundial de petróleo, segundo seus dados, ocupa o 13º lugar quanto a reservas de petróleo e o 15º nas reservas de gás.

A companhia tem cerca de 150 mil funcionários e um forte sindicato que tradicionalmente esteve ligado ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), grupo político que monopolizou o poder em quase toda a história recente do país.

O acidente aconteceu em um momento-chave para o futuro da empresa porque o presidente Enrique Peña Nieto prometeu uma reforma da Pemex e do setor energético que está sendo recebida com muito receio pela esquerda mexicana.

Esse receio se deve à suposta pretensão de Peña Nieto de privatizar capital da companhia, o que foi denunciado pela esquerda, mas negado continuamente pelo governo.

"O que quer esta quadrilha de malfeitores quer é se apoderar do petróleo", afirmou ontem o ex-candidato presidencial de esquerda Andrés Manuel López Obrador.

"Se entregarem o petróleo, a renda petrolífera, os lucros do petróleo a estrangeiros, vai ser o fim para o país, e isso não podemos permitir", insistiu.

Essas posições, que é a mesma de outros líderes da esquerda, foram rechaçadas contundentemente por Peña Nieto.

"Ninguém, nunca, nem sequer se referiu ou citou a expressão privatizar", afirmou Peña Nieto na quarta-feira passada.


Mas, segundo fontes da empresa, a Pemex precisa de reformas para ter maior liberdade em suas operações, projetar sua presença além das fronteiras do México e tornar eficiente uma companhia marcada por baixos níveis de produtividade.

"No setor petroleiro, os tempos continuam sendo geológicos (...) Os tempos (para qualquer reforma) continuam sendo muito lentos", declarou o conselheiro da Pemex.

A possível reforma energética gerou um debate político e técnico sobre a empresa, o que se repete quando há mudança de governo.

Segundo Ruiz, para que a Pemex obtenha melhores resultados, a companhia deve ter mudanças em seu regime fiscal, contar com autonomia orçamentária e autonomia de gestão, sem necessidade de que para isso entre capital privado na sociedade.

"Um Estado tão frágil como o mexicano, incapaz de controlar seu duopólio televisivo, será capaz de controlar Exxon, Shell, todas as transnacionais caso lhes permita uma entrada descontrolada?", questiona o conselheiro da Pemex.

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Cidade do México - A explosão ocorrida ontem na sede da Pemex representa um forte abalo a uma companhia essencial para o México e aconteceu em um momento relevante para o futuro de uma companhia cheia de polêmicas.

A Pemex, que produz 2,57 milhões de barris de petróleo por dia, gera para o Estado mexicano cerca de 40% de sua receita, e suas operações estão diretamente ligadas aos resultados do orçamento nacional.

A companhia foi fundada em 7 de junho de 1938, pouco depois de o governo liderado pelo presidente Lázaro Cárdenas decretar, em 18 de março, a desapropriação dos bens de 17 companhias petrolíferas que operavam no país.

Seus quadros diretores, tanto do grupo como de suas subsidiárias, são nomeados pelo presidente rotativo, e a estreita relação da empresa com as autoridades representa uma das dificuldades para que possa se desenvolver com critérios empresariais.

Além disso, levando-se em conta que tem o monopólio da extração de petróleo e de gás e da distribuição de combustíveis no país, por mandato constitucional, a empresa continuamente é alvo de polêmicas políticas pelos imensos recursos que utiliza.

"O petróleo no México é como as touradas na Espanha: tudo é paixão", declarou nesta semana em entrevista à Agência Efe o conselheiro profissional da Pemex, Fluvio Ruiz.

Os vínculos da empresa com o governo fazem com que as operações da Pemex e seus resultados estejam estreitamente vinculados com as necessidades financeiras do Estado, porque 70% de suas receitas vão a parar no fisco.

Isso gerou um forte atraso na empresa pública, que perdeu as oportunidades de outras petrolíferas latino-americanas, como a Petrobras, já que só pode destinar 9% de suas receita para investir na companhia.


O grupo, controlado por interesses políticos, é o quarto maior produtor mundial de petróleo, segundo seus dados, ocupa o 13º lugar quanto a reservas de petróleo e o 15º nas reservas de gás.

A companhia tem cerca de 150 mil funcionários e um forte sindicato que tradicionalmente esteve ligado ao Partido Revolucionário Institucional (PRI), grupo político que monopolizou o poder em quase toda a história recente do país.

O acidente aconteceu em um momento-chave para o futuro da empresa porque o presidente Enrique Peña Nieto prometeu uma reforma da Pemex e do setor energético que está sendo recebida com muito receio pela esquerda mexicana.

Esse receio se deve à suposta pretensão de Peña Nieto de privatizar capital da companhia, o que foi denunciado pela esquerda, mas negado continuamente pelo governo.

"O que quer esta quadrilha de malfeitores quer é se apoderar do petróleo", afirmou ontem o ex-candidato presidencial de esquerda Andrés Manuel López Obrador.

"Se entregarem o petróleo, a renda petrolífera, os lucros do petróleo a estrangeiros, vai ser o fim para o país, e isso não podemos permitir", insistiu.

Essas posições, que é a mesma de outros líderes da esquerda, foram rechaçadas contundentemente por Peña Nieto.

"Ninguém, nunca, nem sequer se referiu ou citou a expressão privatizar", afirmou Peña Nieto na quarta-feira passada.


Mas, segundo fontes da empresa, a Pemex precisa de reformas para ter maior liberdade em suas operações, projetar sua presença além das fronteiras do México e tornar eficiente uma companhia marcada por baixos níveis de produtividade.

"No setor petroleiro, os tempos continuam sendo geológicos (...) Os tempos (para qualquer reforma) continuam sendo muito lentos", declarou o conselheiro da Pemex.

A possível reforma energética gerou um debate político e técnico sobre a empresa, o que se repete quando há mudança de governo.

Segundo Ruiz, para que a Pemex obtenha melhores resultados, a companhia deve ter mudanças em seu regime fiscal, contar com autonomia orçamentária e autonomia de gestão, sem necessidade de que para isso entre capital privado na sociedade.

"Um Estado tão frágil como o mexicano, incapaz de controlar seu duopólio televisivo, será capaz de controlar Exxon, Shell, todas as transnacionais caso lhes permita uma entrada descontrolada?", questiona o conselheiro da Pemex.

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