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Exércitos latino-americanos assimilaram direitos humanos

Declaração foi do diretor do Centro de Estudos, Capacitação e Análises dos Direitos Humanos

Soldados participam de desfile militar em La Paz, Bolívia, em 7 de agosto de 2014 (Aizar Raldes/AFP)
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Da Redação

Publicado em 28 de agosto de 2014 às 17h22.

Miami - As forças militares da América Latina deixaram para trás sua doutrina repressiva e assimilaram o respeito aos direitos humanos, disse nesta quinta-feira à AFP o diretor do Centro de Estudos, Capacitação e Análises dos Direitos Humanos (CECADH).

"Há uma mudança de paradigma. O militar clássico - seja uruguaio, hondurenho, chileno - já pensa nos direitos humanos não como comunismo", afirmou Daniel Baldizón, diretor desse centro costarriquenho, que participa em Miami de uma reunião de representantes militares e de ONGs de 15 países do continente na sede do Comando Sul-Americano.

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"Os militares entenderam que os direitos humanos são seus aliados. Todo aquele fenômeno de autoritarismo já não existe nos quartéis e, hoje em dia, os Exércitos do continente têm capacitação em direitos humanos", explica Baldizón, contratado pelo Comando Sul para fazer o acompanhamento da implementação da Iniciativa de Direitos Humanos em meios militares.

Baldizón admite que continuam ocorrendo problemas e abusos por parte de efetivos militares, mas garantiu que a impunidade hoje é muito menor do que no passado. Ele destacou ainda que uma zona que gera preocupações nesse sentido é a América Central.

Outro obstáculo a superar é a falta de incorporação de alguns países à Iniciativa de Direitos Humanos. Além dos Estados Unidos, apenas dez nações se comprometeram com esse processo: Bolívia, Colômbia, Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras, Panamá, Peru, República Dominicana e Uruguai.

Baldizón enfatizou também a falta de cooperação, principalmente por parte de Venezuela, Equador e Nicarágua - todos países com governos de esquerda com uma relação de atrito com Washington.

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