Donetsk - O Exército ucraniano reforçou seu domínio nesta segunda-feira ao redor dos redutos rebeldes de Donetsk e Lugansk, cortando as estradas que ligam as duas cidades, enquanto uma centena de prisioneiros escaparam de uma prisão do regime atingida por um bombardeio.
Disparos de artilharia destruíram uma parte dos edifícios da penitenciária localizada no subúrbio de Kirovski de Donetsk.
Uma pessoa morreu e várias ficaram feridas, segundo o prefeito da cidade. Mais de 100 prisioneiros escaparam e 40 ainda não foram encontrados.
Um correspondente da AFP constatou que a porta central do centro prisional estava aberta e que combatentes rebeldes seguiram para o local para auxiliar na busca dos fugitivos.
Um porta-voz rebelde indicou que os insurgentes tinham como objetivo proteger a área e evitar que os fugitivos tivessem acesso a armas.
Alguns deles retornaram para a prisão na manhã desta segunda-feira, mas 40 continuam desaparecidos, de acordo com funcionários da instituição, que acreditam que os fugitivos estejam escondidos em edifícios próximos.
Donetsk, principal reduto dos rebeldes pró-Moscou, é cenário de violentos combates e bombardeios há vários dias.
Um bombardeio no domingo danificou as janelas de uma maternidade no centro de Donetsk, sem provocar vítimas, as mães e recém-nascidos se refugiaram em um porão.
Além disso, morteiros atingiram um antigo centro de recrutamento do exército, escritórios e apartamentos no sul de Donetsk.
"Não há rebeldes aqui. Não consigo entender porque estão bombardeando esta zona", afirmou Nikolaï, um morador do bairro.
Por sua vez, o exército ucraniano "bloqueou a conexão entre as regiões de Donetsk e Lugansk", as duas capitais regionais e redutos dos separatistas, segundo Oleksii Dmytrachkivsky, porta-voz da operação militar conduzida por Kiev.
Domingo, "às 14h00 (8h00 de Brasília), a bandeira nacional foi hasteada na cidade de Panteleïmonivka", localizada 34 km ao nordeste de Donetsk, na estrada para Lugansk.
As perdas do exército ucraniano somam 568 mortos e 2.120 feridos desde o início da operação no leste do país, há quatro meses, informou o porta-voz militar Andrii Lysenko.
A Ucrânia combate os insurgentes em um conflito classificado pela Cruz Vermelha como uma guerra civil.
Seis soldados morreram nas últimas 24 horas, de acordo com Lysenko.
Moscou pede trégua
O exército ucraniano anunciou no domingo que apertou ao máximo o cerco ao redor de Donetsk e que abriu fogo contra bases rebeldes, causando duras perdas aos pró-russos.
O "primeiro-ministro separatista", Alexandre Zakhartchenko, admitiu no sábado que Donestk estava "cercada" pelo exército ucraniano e à beira de uma "catástrofe humanitária", dizendo-se pronto a um cessar-fogo se o exército ucraniano parar sua ofensiva.
Diante da situação que vem se deteriorando e em que 300.000 civis já fugiram para a Rússia e outras regiões da Ucrânia, Moscou insistiu no domingo em um cessar-fogo, "indispensável" para prestar assistência humanitária às vítimas dos combates.
"Acreditamos que esta questão é urgente, não pode esperar", indicou o chefe da diplomacia russa, Sergei Lavrov, assegurando que Moscou estava negociando com Kiev, a Cruz Vermelha e as Nações Unidas para esta finalidade.
A ideia de uma missão humanitária da Rússia, no entanto, é rejeitada pelos ocidentais, que acusam Moscou de ajudar a rebelião na Ucrânia, fornecendo armas, e temem uma intervenção disfarçada sob o pretexto de uma missão de assistência aos civis.
O presidente Barack Obama, o primeiro-ministro britânico David Cameron, e a chanceler alemã Angela Merkel disseram que qualquer incursão russa na Ucrânia seria "injustificável, ilegal e inaceitável."
O presidente ucraniano Petro Poroshenko, após discussões com líderes do CICV (Cruz Vermelha), disse que estava pronto para aceitar uma missão humanitária em Lugansk, outra capital regional, desde que seja internacional, desarmada e passe por postos de fronteira controlados por Kiev.
As autoridades de Lugansk, inacessíveis à imprensa, denunciam um "bloqueio" e uma situação "crítica" por nove dias, quando a cidade já não tem energia elétrica, água ou rede de telefone funcionando, e que o estoques de gasolina e dos alimentos estão se esgotando rapidamente. Salários, pensões e benefícios sociais não são pagos há quase um mês.
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1. Velas e armas
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1/13 (Graham Denholm / Getty Images)
São Paulo – Na quinta-feira, o voo MH17 da Malaysian Airlines, que ia de Amsterdã para Kuala Lumpur, foi derrubado enquanto sobrevoava o céu do leste da Ucrânia. Desde então, o governo central ucraniano e a Rússia trocam acusações sobre quem foi responsável pelo míssil que atingiu o avião. Veja, a seguir, as fotos do desenrolar do conflito desde a queda do avião até este domingo.
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2. Pelo chão
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2/13 (Getty Images)
As bagagens e pertences pessoais das vítimas que estavam a bordo do Malaysia Airlines voo MH17 estão espalhadas por Grabovo, na Ucrânia. Segundo relatos de correspondentes internacionais, os destroços do avião estão espalhados a até 15 km do ponto central onde está a maior parte da fuselagem.
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3. Memória saqueada
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3/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Dinheiro, joias, objetos pessoais e até cartões de créditos das 298 vítimas do voo MH17 da Malaysia Airlines, abatido por um míssil na Ucrânia, na sexta-feira, estão sendo saqueados. Militantes separatistas admitem que removeram objetos, além das caixas-pretas, do local do acidente.
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4. Sem destino
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4/13 (Brendan Hoffman / Getty Images)
Hoje, um vagão de trem refrigerado com parte dos corpos dos passageiros de Malaysia Airlines vôo MH17 aguarda na estação de trem para o transporte ruma a um destino ainda desconhecido. O vôo MH17 da Malaysia Airlines viajava de Amsterdã para Kuala Lumpur quando caiu matando todos os 298 a bordo, incluindo 80 crianças.
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5. Caixa-preta
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5/13 (Getty Images)
O governo da Ucrânia disse neste domingo que interceptou conversas telefônicas entre os rebeldes pró-russos e os militares russos. Os
rebeldes admitiram hoje podem estar com a caixa-preta e prometeram entregar caixas pretas do voo malaio à Organização da Aviação Civil Internacional.
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6. Represália Europeia
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6/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
De
acordo com o WSJ, os líderes europeus ameaçaram impor sanções mais duras contra a Rússia, em decorrência da queda do voo MH17, sem deixar ainda claro o que pode acontecer em represália. Os chanceleres da União Europeia se reunirão em Bruxelas nesta terça-feira para decidir o que fazer, mas há uma grande chance que ativos na Europa construídos por empresários russos, bem como as de empresas originárias do país, possam ser congelados.
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7. Maioria holandesa
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7/13 (Graham Denholm / Getty Images)
A maioria das 298 pessoas a bordo do voo MH 17 era de nacionalidade holandesa. Entre as vítimas havia 154 passageiros holandeses, 27 australianos, 23 malaios, onze indonésios, seis britânicos, quatro alemães, quatro belgas, três filipinos e um canadense no voo. "As famílias querem enterrar seus parentes", declarou ministro do Exterior holandês, Frans Timmermans. Um grupo de 15 especialistas holandeses foi enviado ao local da tragédia para identificar os corpos.
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8. Domingo de homenagem
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8/13 (Christopher Furlong / Getty Images)
Velas em memória das vítimas foram acesas durante uma missa especial na Igreja de Saint Vitus em Hilversum, Holanda, nesta manhã. Três famílias da cidade morreram no acidente. Por todo o país o domingo foi marcado por homenagens às vitimas da tragédia, lembradas em cultos, eventos esportivos e oficiais e no aeroporto Schiphol de Amsterdã, de onde o avião partiu na última quinta-feira.
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9. Em busca da cura
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9/13 (Graham Denholm / Getty Images)
Um participante da 20ª Conferência Internacional de AIDS que acontece hoje em Melbourne, Austrália, amarra uma fita vermelha em homenagem daqueles que perderam suas vidas no voo MH17. Pelo menos seis enviados estavam no avião rumo ao encontro dos maiores especialistas em busca da cura para a doença.
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10. EUA diz que sabe
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10/13 (gett)
Os
Estados Unidos detectaram o lançamento de um míssil antiaéreo e observou sua trajetória na quinta-feira passada, quando o avião da Malaysia Airlines caiu, supostamente atingido, no leste da Ucrânia, afirmou neste domingo o secretário de Estado, John Kerry. O presidente Barack Obama já hava dito que tudo apontava para que o avião tivesse atingido por rebeldes pró-russos. 'Sabemos, com certeza, que durante o último mês houve um fluxo de armamento, um comboio de uns 150 veículos incluídos transporte de pessoal, lança mísseis, artilharia, da Rússia para o leste da Ucrânia', disse ele.
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11. Artigo editado
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11/13 (Getty Images)
O imbróglio da Ucrânia e Russia chegou à web. Primeiro, um computador de Kiev, capital da Ucrânia,
editou o artigo em russo para "acidentes de aviação comercial" colocando a culpa da queda em "terroristas da auto-proclamada República Popular de Donetsk com mísseis de sistema Buk, que os terroristas receberam da Federação Russa". Menos de uma hora depois, alguém com um endereço de IP russo mudou o texto para "o avião foi abatido por soldados ucranianos".
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12. Duas tragédias no ano
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12/13 (Maxim Zmeyev/Reuters)
Depois de ter um avião desaparecido nos ares em março, nesta quinta-feira, o Boeing 777 da companhia Malaysia Airlines com 295 passageiros a bordo caiu na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, sem deixar sobreviventes. A
companhia já apresentava uma operação deficitária antes disso, suportada por verbas governamentais e que degringolava cada vez mais pela imagem afetada com a tragédia. Agora deve ter de enfrentar processos movidos por pessoas de vários países.
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13. Agora, veja quais são os exércitos mais poderosos
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13/13 (Bradley Rhen / US Army / Wikimedia Commons)