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Exército sírio está preparado para combater "por anos"

"O Exército sírio tem à disposição homens e armas suficientes para estar em uma guerra por anos para defender a Síria", afirmou o jornal Al-Watan


	Um soldado do Exército da Síria Livre: o Al-Watan fez um apelo "aos cidadãos, cada um com suas capacidades, a defender seus bairros e regiões como ocorreu em Alepo, Hama e Homs.
 (REUTERS/Goran Tomasevic)

Um soldado do Exército da Síria Livre: o Al-Watan fez um apelo "aos cidadãos, cada um com suas capacidades, a defender seus bairros e regiões como ocorreu em Alepo, Hama e Homs. (REUTERS/Goran Tomasevic)

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Da Redação

Publicado em 13 de junho de 2013 às 07h48.

Damasco - Damasco reafirmou nesta terça-feira sua determinação em combater os rebeldes "por anos", se necessário, após quase dois anos de um conflito que ameaça mais de 2 milhões de crianças prestes a se tornarem uma "geração perdida", segundo o Unicef.

"O Exército sírio tem à disposição homens e armas suficientes para estar em uma guerra por anos para defender a Síria" contra os insurgentes que se levantaram em março de 2011 contra o regime do presidente Bashar al-Assad, afirmou o jornal Al-Watan, próximo ao poder.

O jornal exortou a população a se mobilizar como havia feito na véspera a maior autoridade religiosa do país. O Conselho Nacional Sírio (CNS), principal força da oposição, interpretou esta indicação como um "apelo de socorro do regime".

O Al-Watan fez um apelo "aos cidadãos, cada um com suas capacidades, a defender seus bairros e regiões como ocorreu em Alepo, Hama e Homs, onde os cidadãos, homens e mulheres, pegaram em armas e formaram comitês de defesa".

O jornal menciona o apelo lançado na segunda-feira pelo Alto Conselho da Iftaa que afirmou que "a defesa da Síria unida e do povo sírio é uma obrigação a ser cumprida por todos os (cidadãos) de nosso país e por todos os países árabes e muçulmanos".

Este apelo à mobilização popular foi feito no momento em que a cidade de Homs (centro), controlada em grande parte pelo Exército, é novamente palco de bombardeios e violentos combates, após uma ofensiva rebelde no domingo contra o bairro de Baba Amr, um ano depois de sua retomada pelas forças do regime.


"As forças regulares, instaladas na Universidade de Al-Baas, bombardeiam violentamente com foguetes áreas de Baba Amr", paralelamente à combates sangrentos, indicou o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH), que relatou a chegada de reforços militares nos arredores do bairro.

Também houve combates ao redor do bairro de Khaldiyeh, bombardeado pelo regime, segundo o OSDH, que tem uma rede de informantes integrada por ativistas e fontes médicas.

Durante o amanhecer também foram registrados combates na estrada que leva ao aeroporto internacional de Damasco, nas proximidades das localidades de Beit Sahem, Aqraba e Jaramana.

Em Damasco, ao menos duas pessoas morreram atingidas por balas perdidas no bairro de Barzé (norte) e combates foram registrados em Jobar (leste), acrescentou o OSDH.

A Unicef fez soar o seu alarme advertindo que, devido à falta de ajuda financeira da comunidade internacional, mais de dois milhões de crianças estão a um passo de se tornar uma "geração perdida".

Atualmente, apenas 20% do pedido de ajuda de um total de 195 bilhões de dólares, lançado pela Unicef, são financiados pela comunidade internacional.


Enquanto a situação não melhorar, a organização será obrigada a interromper até o final de março "operações para salvar vidas na Síria".

Ainda no plano humanitário, a agência oficial síria Sana relatou o fornecimento de uma ajuda de duas toneladas de produtos alimentícios e cobertores enviada pela Rússia, que apoia o regime.

Nos Estados Unidos, país que exige a saída do presidente Assad, o chefe nacional da inteligência americana, James Clapper, considerou que o regime sírio poderá recorrer a armas químicas, inclusive contra sua própria população, se as armas convencionais não lhe permitirem garantir a manutenção do poder.

"Um regime cada vez mais assediado, que descobre que a escalada de violência com armas convencionais não é mais suficiente, pode estar preparado para utilizar essas armas químicas contra o povo sírio", considerou James Clapper.

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