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Exército birmanês ataca guerrilha rebelde após as eleições

Os ataques, nos quais participaram dois aviões apoiados com fogo de artilharia, ocorreram contra as posições da guerrilha


	Soldado em Mianmar: uma maior autonomia é a reivindicação principal de quase todas as minorias étnicas birmanesas
 (Soe Than Win/AFP)

Soldado em Mianmar: uma maior autonomia é a reivindicação principal de quase todas as minorias étnicas birmanesas (Soe Than Win/AFP)

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Da Redação

Publicado em 10 de novembro de 2015 às 10h14.

Yangun - O Exército de Mianmar (antiga Birmânia) retomou o ataque contra as guerrilhas rebeldes no dia seguinte das eleições históricas realizadas no país no domingo, denunciou nesta terça-feira o Exército do Estado Shan-Norte.

"Nos atacam desde ontem pela tarde", declarou o porta-voz do Exército do Estado Shan-Norte (SSA-N, sigla em inglês), Sai Hla, ao meio birmanês "Irrawaddy".

Os ataques, nos quais participaram dois aviões apoiados com fogo de artilharia, ocorreram contra as posições desta guerrilha da minoria shan na aldeia Wan Hai (nordeste).

Sai Hla acusou as tropas governamentais de destruir um mosteiro budista.

No mês passado, o governo birmanês assinou um cessar-fogo com oito guerrilhas das minorias étnicas, em um primeiro passo para pôr fim a mais de seis décadas de insurgência.

Fora da trégua ficaram as organizações armadas mais ativas, que pediam para assinar o cessar-fogo com a inclusão de todas as guerrilhas armadas nas negociações oficiais.

As negociações oficiais começaram com 15 organizações armadas e ficaram fora seis com as quais o governo se negou a dialogar.

Uma maior autonomia é a reivindicação principal de quase todas as minorias étnicas birmanesas, incluídos shan, karen, rakain, mon, chin, kayah e kachin, e que representam mais de 30% dos 53 milhões de habitantes do país.

Mianmar esteve submetido a uma ditadura militar desde 1962 até 2011, quando a última junta se dissolveu após passar o poder a um governo civil a fim que começou uma série de reformas políticas, econômicas e sociais destinadas a implantar uma "democracia disciplinada".

No domingo, os birmaneses foram às urnas, as primeiras plurais e participativas em mais de duas décadas, para escolher novos Parlamentos nacional e regionais.

A opositora e nobel da paz, Aung San Suu Kyi, e sua Liga Nacional para a Democracia despontam como os grandes vencedores, segundo os resultados oficiais preliminares que vão ser anunciados.

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