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Exército australiano se desculpa por incêndio

As Forças Armadas da Austrália emitiram um pedido público de desculpas por ter causado um incêndio de grandes proporções no leste do país

Bombeiros em região afetada por incêndio na Austrália: depois de oito dias ativo, incêndio já provocou a morte de duas pessoas (Rick Stevens/Reuters)

Bombeiros em região afetada por incêndio na Austrália: depois de oito dias ativo, incêndio já provocou a morte de duas pessoas (Rick Stevens/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 24 de outubro de 2013 às 09h48.

Sidney - As Forças Armadas da Austrália emitiram nesta quinta-feira um pedido público de desculpas por ter causado um incêndio de grandes proporções no leste do país, o qual, depois de oito dias ativo, já provocou a morte de duas pessoas - a segunda registrada hoje - e destruiu 47 mil hectares de terreno somente em State Mine.

Segundo a rádio "ABC", o pedido de desculpas citado foi feito pelo chefe interino das Forças Armadas da Austrália, Mark Binskin, quem explicou que o incêndio State Mine foi causado por explosivos usados na realização de exercícios militares.

Binskin explicou que o exército está trabalhando "com muita seriedade no assunto e não fugirá de suas responsabilidades", ressaltando que dará toda colaboração necessária "à investigação realizada pela Polícia de Nova Gales do Sul".

No entanto, o chefe interino se negou a falar de possíveis compensações até o término das investigações e a definição dos responsáveis. Para não criar mais polêmicas em torno do assunto, o comissário do Serviço Rural de Bombeiros, Shane Fitzsimmons, disse que o incêndio não foi proposital e que se tratou de um acidente.

O Ministério da Defesa, por outro lado, abriu sua própria investigação para apurar as causas do acidente que, segundo o prefeito da cidade de Blue Mountains, Mark Greenhill, já teria afetado quase 80 mil moradores.

Mais de 3 mil bombeiros e 367 caminhões cisternas tentam contornar as dezenas de focos de incêndio que ardem ao norte, oeste e sul de Sydney, cujo número varia a cada jornada.

Pelo menos duas pessoas morreram e 120 mil hectares foram arrasadas até o momento ou estão em chamas em Nova Gales do Sul, onde as autoridades declararam estado de emergência no último domingo.


A primeira vítima foi registrada na última semana em Mountain Blue, onde um morador morreu de infarto ao tentar proteger sua casa das chamas. Já a segunda ocorreu hoje, após a queda de pequeno avião que lançava água sobre as chamas em Wirriting Ridge, a cerca de 220 quilômetros ao sul de Sydney.

O superintendente Joe Cassar, responsável pela área de Shoalhaven, indicou à imprensa que, após várias tentativas, um helicóptero conseguiu levar uma equipe à região do acidente para confirmar a morte do piloto, um australiano de 43 anos e pai de três filhos.

"É muito perigoso enviar a alguém ali para trazer o (corpo do) piloto (...) Em breve, quando as condições melhorarem, nos encarregaremos de buscá-lo", acrescentou Cassar em declarações ao jornal local "NineNews".

Nesta quinta-feira, as condições climáticas se mostraram favoráveis para os trabalhos dos bombeiros depois da dura jornada de ontem, na qual tiveram que suportar temperaturas de mais de 30 graus e ventos de até 100 km/h.

No entanto, o Serviço Rural de Bombeiros emitiu hoje alertas de emergência máxima pelos incêndios de State Mine e Mount Victoria, ambos em Blue Mountains, uma zona natural muito visitada pelos turistas e situada ao oeste de Sydney, a região mais castigada pelos incêndios.

O comissário do Serviço Rural de Bombeiros, Shane Fitzsimmons, indicou que a frente de State Mine avança em direção à cidade de Mount Wilson e, por isso, se transformou em uma ameaça para as comunidades de Tomah e Berambing.

"Os habitantes de Mount Wilson e Mount Irvine devem se refugiar caso o fogo se aproxime. É muito tarde para sair porque as chamas cortaram as estradas e se encontram em ambos os lados da pista", assinalou Fitzsimmons, segundo a "rádio ABC".

Por causa do avanço das chamas, os moradores de Mount Tomah e Berambing também receberam a recomendação de deixar a área e buscar refugio no povoado de Bilpin.

Bombeiros e voluntários também lutam contra o incêndio em Gateshead, a cerca de 140 quilômetros ao norte de Sídney, onde o alerta máximo também foi emitido.

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