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Ex-primeiro-ministro do Paquistão é preso e manifestantes saem às ruas

Em meio à violência, funcionários da autoridade de telecomunicações do Paquistão disseram que os reguladores bloquearam as mídias sociais, incluindo o Twitter

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan foi preso nesta terça-feira, 9 (Divulgação/Getty Images)
Estadão Conteúdo

Agência de notícias

Publicado em 9 de maio de 2023 às 17h26.

Última atualização em 9 de maio de 2023 às 17h34.

O ex-primeiro-ministro do Paquistão Imran Khan foi preso nesta terça-feira, 9,em razão de acusações de corrupção. A prisão do político, que é considerado um importante líder da oposição, fez com que manifestantes contrários a medida saíssem para protestar em sua defesa. Khan foi preso dentro da Suprema Corte de Islamabad, local onde trabalhava.

Pelo menos uma pessoa foi morta em confrontos entre manifestantes e militares em Quetta, capital da província de Baluchistão, enquanto cerca de 15 feridos foram relatados em meio à violência semelhante em Karachi, Peshawar, Rawalpindi e Lahore. A polícia disparou gás lacrimogêneo para dispersar as manifestações.

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Em meio à violência, funcionários da autoridade de telecomunicações do Paquistão disseram que os reguladores bloquearam as mídias sociais, incluindo o Twitter, e o serviço de internet foi suspenso na capital Islamabad e em outras cidades. As aulas em algumas escolas particulares foram canceladas.

Khan sempre denunciou os casos contra ele, que incluem acusações de terrorismo, como uma conspiração politicamente motivada por seu sucessor, o primeiro-ministro Shahbaz Sharif. Khan fez campanha contra Sharif e exigiu eleições antecipadas.

Acusado de corrupção

A prisão de terça-feira foi baseada em um novo mandado do Escritório Nacional de Responsabilidade do Paquistão, que acusava o ex-premiê de corrupção. Ele deve comparecer a um tribunal na quarta-feira, segundo autoridades locais.

"Imran Khan foi preso porque estava sendo procurado em um caso de corrupção", disse o ministro do Interior, Rana Sanaullah Khan, em entrevista coletiva. Ele alegou que o tesouro do Paquistão havia perdido milhões de dólares enquanto Khan estava no cargo devido a compras ilegais de terras de um empresário.

Em entrevista coletiva, o ministro da Justiça, Azam Tarar, disse que Khan foi preso porque não estava cooperando com as investigações. Ele também denunciou a violência dos apoiadores de Khan, dizendo que os protestos devem permanecer pacíficos.

Manifestações

À medida que a notícia da prisão se espalhava, cerca de 4 mil apoiadores de Khan invadiram a residência oficial do principal comandante regional em Lahore, quebrando janelas e portas, danificando móveis e organizando uma manifestação enquanto as tropas recuavam para evitar a violência. Os manifestantes também queimaram veículos da polícia e bloquearam estradas importantes.

Os manifestantes também quebraram o portão principal do quartel-general do Exército na cidade militar de Rawalpindi, onde as tropas exerceram contenção. Centenas de manifestantes gritavam slogans pró-Khan enquanto avançavam em direção ao prédio.

Na cidade portuária de Karachi, a polícia brandiu cassetetes e disparou gás lacrimogêneo para dispersar centenas de apoiadores de Khan que se reuniram em uma estrada importante.

Histórico de prisão de primeiros-ministros

Khan é o sétimo ex-primeiro-ministro a ser preso no Paquistão. Zulfikar Ali Bhutto foi preso e enforcado em 1979. O irmão do atual primeiro-ministro, Nawaz Sharif, que também atuou como primeiro-ministro, foi preso várias vezes por acusações de corrupção. Em 2007, a ex-primeira-ministra Benazir Bhutto, filha de Zulfikar, morreu em um atentado a bomba.

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