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Ex-presidente mexicano Luis Echeverría morre aos 100 anos

Em sua conta no Twitter, López Obrador enviou condolências à família e aos amigos "em nome do governo do México", mas não expressou tristeza pessoal

México: presidente atual não informou a causa da morte de Echeverría. (Mario Tama/Reuters)

México: presidente atual não informou a causa da morte de Echeverría. (Mario Tama/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 9 de julho de 2022 às 15h41.

Ex-presidente do México e apontado como responsável por algumas das piores matanças políticas do país, Luis Echeverría morreu, aos 100 anos, confirmou neste sábado, 9, o presidente Andrés Manuel López Obrador. Em sua conta no Twitter, López Obrador enviou condolências à família e aos amigos "em nome do governo do México", mas não expressou tristeza pessoal.

O presidente atual não informou a causa da morte de Echeverría, que governou o México de 1970 a 1976. Echeverría havia sido hospitalizado por problemas pulmonares, em 2018, e enfrentava também problemas neurológicos. Em 2005, um juiz decidiu que ele não poderia ser julgado pelos crimes de genocídio no massacre de estudantes de 1971, retratado no filme Roma, que ganhou o Oscar de filme estrangeiro. O magistrado decidiu que o ex-presidente pode ter sido responsável por homicídio, mas que não poderia ser julgado pois o crime havia prescrito em 1985.

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Em 1971, estudantes faziam um protesto a oeste do centro da Cidade do México, nas primeiras manifestações do tipo em larga escala no país desde as mortes em um massacre maior ocorrido em 1968. Eles não conseguiram andar muitas quadras, antes de serem atacados por um grupo paramilitar que seria ligado ao governo.

Em 2004, Echeverría tornou-se o primeiro ex-presidente mexicano formalmente acusado de crimes. Promotores o vincularam à chamada "guerra suja", na qual centenas de ativistas de esquerda e membros de grupos de guerrilha foram presos, mortos ou desapareceram.

Durante o massacre de 1968, na praça de Tlatelolco, Echeverría era o secretário de Interior do país. Em 2 de outubro de 1968, poucas semanas antes do início da Olimpíada na Cidade do México, atiradores de elite das forças oficiais abriram fogo contra estudantes e soldados do Exército na praça. As estimativas de mortes variam de 25 a mais de 300. Echeverría negou qualquer responsabilidade pelo ataque. Já segundo relatórios militares, ao menos 360 atiradores de elite do governo estavam posicionados nos prédios no entorno da manifestação.

Apesar de décadas de pedidos de ativistas e da oposição por justiça, Echeverría nunca passou um dia na prisão. Ele chegou apenas a ser colocado brevemente em uma forma de prisão domiciliar, mas posteriormente as acusações foram arquivadas, sem condenação.

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