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Ex-presidente da Catalunha será julgado por querer separação

A presidente do parlamento catalão, Carme Forcadell, também é investigada por desobediência

Catalunha: o anúncio coincide com uma reunião de cúpula no parlamento catalão organizada por seu sucessor, Carles Puigdemont (Getty Images/Getty Images)
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AFP

Publicado em 23 de dezembro de 2016 às 17h04.

O ex-presidente catalão Artur Mas (2010-2016) e dois membros do seu governo serão julgados no começo de fevereiro, em Barcelona, por "desobediência grave", por terem organizado em 2014 uma consulta simbólica sobre a independência, anunciou nesta sexta-feira o tribunal.

O anúncio coincide com uma reunião de cúpula no parlamento catalão organizada por seu sucessor, Carles Puigdemont, para planejar a organização, em setembro, de um referendo de autodeterminação vinculante na rica região do nordeste, embora vá de encontro à Justiça e ao governo espanhol.

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"Acordo marcar para a realização das sessões do julgamento oral no presente processo os dias 6, 7, 8, 9 e 10 de fevereiro", assinala o juiz em seu despacho.

Antes da reunião de hoje, Mas citou com ironia "a felicitação natalina" recebida "por ter cometido um grande crime: ter ouvido as pessoas, instalado as urnas e permitido que as pessoas votassem". "Este julgamento é uma aberração, com todas as letras, mas assim é a democracia na Espanha", assinalou.

Sua vice-presidente, Joana Ortega, e a responsável pela Educação, Irene Rigau, são acusadas de desobediência grave e prevaricação, por terem promovido a consulta sobre a independência em 9 de novembro de 2014, que havia sido proibida pelo Tribunal Constitucional.

Da votação, que não teve efeito jurídico, participaram 2,3 milhões de pessoas, sobre um censo de cerca de 6 milhões, e 80% delas apostaram na secessão.

O juiz instrutor afirmou que o líder catalão "articulou uma estratégia de desafio completo e efetivo à suspensão acordada pelo Tribunal Constitucional".

A presidente do parlamento catalão, Carme Forcadell, também é investigada por desobediência, após permitir o debate e a aprovação de uma resolução que definia os passos a serem seguidos pela região até a independência.

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