Destruição causada pelo Katrina: o político aceitou presentes e dinheiro em troca de contratos municipais, uma prática que começou antes da passagem do furacão e continuou depois do desastre (Getty Images)
Da Redação
Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 06h01.
Washington - Um tribunal federal dos Estados Unidos declarou nesta quarta-feira como culpado por suborno, fraude, sonegação de impostos e lavagem de dinheiro o democrata Ray Nagin, prefeito de Nova Orleans (Louisiana) durante a passagem do furacão "Katrina", que arrasou a região em 2005.
O ex-prefeito, cuja sentença está previsto para o dia 11 de junho, pode ser condenado a pelo menos 20 anos de prisão por um total de 20 acusações.
Segundo os documentos judiciais, Nagin aceitou presentes e dinheiro em troca de contratos municipais, uma prática que começou antes da passagem do "Katrina" e continuou depois do desastre, um dos mais graves da história do país.
Paradoxalmente Nagin, um ex-executivo da TV a cabo, foi eleito para a Prefeitura em 2002 com promessas de acabar com o favorecimento a algumas empresas nas licitações de obras públicas por parte de alguns dos prefeitos anteriores.
"Mantenho minha inocência", disse Nagin aos jornalistas quando saiu do tribunal nesta quarta-feira e minutos depois sua defesa anunciou que vai recorrer da decisão do tribunal.
O democrata foi responsável pela evacuação de meio milhão de pessoas no final de agosto de 2005, quando o furacão "Katrina" se aproximava do litoral da Louisiana.
A ele é atribuído tanto o sucesso dessa mobilização como o fracasso na evacuação de dezenas de milhares de cidadãos dos bairros mais pobres da cidade.
Dois dos empresários que subornaram Nagin em troca de contratos municipais, Frank Fradella e Rodney Williams, se declararam culpados em 2012.
Em junho desse ano, Fradella admitiu ter pagado US$ 50 mil dólares em subornos a Nagin quando este era prefeito e confessou que tinha fornecido "vários carregamentos de granito" para uma empresa ligada à família do político.
Em dezembro de 2012, Williams se declarou culpado em um tribunal federal por ter pagado um total de US$ 72.750 em subornos a Nagin em troca de contratos em várias obras de engenharia da cidade.