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Ex-mordomo do papa será preso nesta quinta-feira

O texto do veredito, publicado em 23 de outubro, informava que Gabriele cumpriria pena em uma prisão do Vaticano

Paolo Gabriele: segundo texto do Vaticano, a ação violou "o segredo que corresponde aos atos de um soberano" (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 25 de outubro de 2012 às 12h52.

Cidade do Vaticano - O ex-mordomo do papa, Paolo Gabriele, condenado a ano e meio de prisão pelo roubo de documentos que pertenciam a Bento XVI , será preso nesta quinta-feira em uma cela do quartel da Gendarmaria vaticana, por não ter recorrido à sentença ditada em 6 de outubro.

Assim informa o comunicado publicado pelo Escritório de Imprensa do Vaticano, que explica que por conta de o acusado não ter apresentado uma apelação à sentença em primeira instância, a condenação "é definitiva".

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O porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, explicou que Gabriele será preso nesta quinta e afirmou que "fica em aberto" a possibilidade de o Papa Bento XVI conceder a graça ao acusado.

O texto do veredito, publicado em 23 de outubro, informava que Gabriele cumpriria pena em uma prisão do Vaticano e que a sentença seria cumprida no período estipulado se não fosse apresentada nenhuma apelação.

A Secretaria de Estado do Vaticano também emitiu, nesta quinta-feira, um comunicado no qual afirma que a sentença fixada no julgamento de Paolo Garbiele "encerra um assunto triste, que teve consequências muito dolorosas".

"O Papa foi ofendido. Foi violado o direito de privacidade das pessoas que tinham feito contato com Bento XVI, foi criado um prejuízo à Santa Sé e à várias de suas instituições, assim como foi criado um obstáculo às comunicações entre bispos do mundo e a Santa Sé, causando um escândalo na comunidade de fiéis", acrescentou a secretaria de Estado.

Além disso, continua o comunicado, "durante vários meses foi alterada a serenidade de uma comunidade que trabalha cotidianamente ao serviço do sucessor de Pedro".


A Secretaria de Estado considerou, além disso, que o processo de Gabriele se "desenvolveu de maneira transparente e respeitando o direito à defesa do acusado".

Ainda assim, segundo a secretaria, é possível "uma eventual concessão da graça" por parte do papa e que esta "iria pressupor, ainda que razoavelmente, um arrependimento por parte do réu e o sincero pedido de perdão ao pontífice e a todos aqueles que foram ofendidos".

O tribunal do Vaticano que julgou Gabriele, presidido por Guiseppe Della Torre, considerou que o acusado roubou centenas de documentos reservados, constituindo uma ação que prejudica o papa, a Igreja Católica e o Estado da Cidade do Vaticano.

"A ação de Gabriele violou não só o fundamental direito à privacidade de todas as pessoas afetadas, mas também o segredo que corresponde aos atos de um soberano (o papa é soberano do Estado da Cidade do Vaticano)", assinalava o texto.

O julgamento de Claudio Sciarpelletti, de 48 anos, acusado encobrir o caso, começará em 5 de novembro. Sciarpelletti pode ser condenado a um ano de prisão.

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