Mundo

Ex-líder é condenado por assassinato como crime de guerra

Tribunal Penal Internacional declarou culpado ex-líder militar congolês por assassinato como crime de guerra e contra a humanidade

Ex-líder militar congolês Germain Katanga: Katanga deverá permanecer detido até que se estabeleça sua pena (AFP/Getty Images)

Ex-líder militar congolês Germain Katanga: Katanga deverá permanecer detido até que se estabeleça sua pena (AFP/Getty Images)

DR

Da Redação

Publicado em 7 de março de 2014 às 09h11.

Haia - O Tribunal Penal Internacional (TPI) declarou nesta sexta-feira culpado o ex-líder militar congolês Germain Katanga por assassinato como crime de guerra e contra a humanidade, mas o absolveu das acusações de estupro e de recrutamento de crianças como soldados.

Katanga deverá permanecer detido até que se estabeleça sua pena. "A contribuição do acusado na milícia teve uma considerável influência na comissão dos crimes", disse o juiz Bruno Cotte durante a leitura da sentença.

O TPI explicou em um comunicado que a decisão foi tomada "por maioria".

Os juízes disseram "estar convencidos além da dúvida razoável de que Katanga foi cúmplice na prática de um crime contra a humanidade e de outros quatro crimes de guerra (assassinato, ataque contra a população civil, destruição de bens e pilhagem) em 24 fevereiro de 2003 durante um ataque contra a cidade de Bogoro, no distrito de Ituri, na República Democrática do Congo.

A "contribuição" se referia especialmente ao transporte de armas que abastecia a milícia liderada por Katanga, que segundo os juízes era um dos principais "intermediários" com os fornecedores.

A promotoria acusou inicialmente Katanga de ser responsável por crimes de guerra e contra a humanidade cometidos nesta cidade, em uma ofensiva dirigida contra a etnia hema.

Concretamente, a promotoria sustentou que entre janeiro de 2002 e dezembro de 2003, mais de oito mil civis morreram e mais de meio milhão de pessoas se viram forçadas a deixar suas casas em Ituri pelo conflito étnico na região.

No entanto, os juízes permitiram mudar a natureza legal das acusações e desta forma ficou caracterizado nem tanto a responsabilidade e sim a "contribuição significativa" para a prática dos delitos.

Os juízes também rejeitaram o argumento da defesa de que o ataque contra Bogoro tivesse fins militares e não objetivos civis.

"A forma pela qual se perpetrou o ataque, com mulheres, idosos e crianças entre as vítimas, demonstra que um dos objetivos era acabar com membros da etnia hema, predominante em Bogoro", segundo a sentença.

Após a decisão de hoje, que pode ser apelada em um prazo de 30 dias, o TPI fará uma audiência daqui a 30 dias para emitir a pena. 

Acompanhe tudo sobre:CrimeGuerras

Mais de Mundo

Companhia aérea se desculpa por exibir filme adulto durante voo

Congresso argentino decide hoje se mantém ou derruba veto de Milei sobre verbas universitárias

Biden xingou Netanyahu e Trump enviou testes de covid a Putin na pandemia, diz livro

Nobel de Química vai para trio que usou IA para estudar proteínas