Mundo

Ex-conselheiro sugere a Trump declarar lei marcial caso perca as eleições

Em entrevista a um site de extrema direta, o consultor Roger Stone repetiu a narrativa de risco de fraude eleitoral com a votação pelo correio

O consultor e lobista Roger Stone: ele sugeriu a prisão de Mark Zuckerberg, de Tim Cook, do casal Clinton e de "qualquer outra pessoa que comprovadamente esteja envolvida em atividades ilegais" (Arquivo/AFP)

O consultor e lobista Roger Stone: ele sugeriu a prisão de Mark Zuckerberg, de Tim Cook, do casal Clinton e de "qualquer outra pessoa que comprovadamente esteja envolvida em atividades ilegais" (Arquivo/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 13 de setembro de 2020 às 09h42.

Última atualização em 14 de setembro de 2020 às 12h28.

Roger Stone, um ex-conselheiro de Donald Trump, recomendou ao presidente americano que declare "lei marcial" caso perca a eleição de 3 de novembro. Em entrevista ao site de extrema direita Infowars, Stone pediu que Trump forme uma força-tarefa especial de agentes federais para "impedir fisicamente a atividade criminosa" na eleição.

Usando os poderes concedidos por uma lei marcial, Trump, segundo sugeriu seu ex-conselheiro, deveria prender o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, o CEO da Apple, Tim Cook, "os Clintons" e "qualquer outra pessoa que comprovadamente esteja envolvida em atividades ilegais".

Stone é um lobista, autor e consultor político americano. Desde a década de 1970, ele tem atuado em campanhas de políticos do Partido Republicano, como Richard Nixon, Ronald Reagan e Donald Trump. Em 20 de fevereiro deste ano, ele foi condenado a três anos e quatro meses de prisão por diversas acusações, incluindo obstrução da Justiça e declarações falsas em depoimento para o Congresso em relação a uma investigação sobre a interferência russa nas eleições presidenciais de 2016. Em julho, Trump concedeu clemência a Stone.

Na entrevista a Infowars, Stone repetiu a narrativa de Trump de que o aumento de votos por correspondência na eleição de novembro traz o risco de uma “fraude eleitoral generalizada”. Os democratas dizem que o presidente está tentando minar a confiança na eleição, diminuir o comparecimento dos eleitores e preparar o terreno para declarar a ilegitimidade do resultado da eleição caso seu adversário, Joe Biden, seja eleito.

Stone mencionou especificamente o estado de Nevada: "As cédulas em Nevada na noite das eleições deveriam ser apreendidas por delegados federais e retiradas do estado. Elas estão completamente corrompidas", disse o ex-conselheiro. As mais recentes pesquisas indicam que Biden lidera as pesquisas em Nevada, com 45% das intenções de voto, ante 41% para Trump.

Stone pediu que Trump indique o ex-deputado Bob Barr, um republicano da Geórgia, como um advogado especial com a tarefa específica de ‘formar uma operação para o dia da eleição usando o FBI, delegados federais e funcionários estaduais republicanos em todo o país para estarem preparados para entrar com o processo objeções legais e, se necessário, ficar fisicamente no caminho da atividade criminosa. "

A InfoWars é um site de extrema direita que costuma veicular notícias falsas e teorias da conspiração. O site é de propriedade de Alex Jones, um apresentador de programa de rádio. Jones foi banido de várias plataformas de mídia social por promover discurso de ódio.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEleições americanasEstados Unidos (EUA)Joe Biden

Mais de Mundo

Campanha de Biden ignora críticas e afirma que ele voltará à estrada em breve

Jovens da Venezuela se preparam para sua primeira eleição

Trump retoma campanha contra um Biden enfraquecido

Programa espacial soviético colecionou pioneirismos e heróis e foi abalado por disputas internas

Mais na Exame