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Evo Morales pede 'perdão' por repressão a indígenas

Milhares de pessoas ocuparam as ruas das principais cidades bolivianas hoje, convocadas pela Central Operária, para apoiar os indígenas

Evo Morales, presidente boliviano: "preciso dizer, com muita sinceridade, que eu, como vítima (da violência policial na época de líder 'cocalero') jamais poderia instruir para a repressão" (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2011 às 10h31.

La Paz - O presidente boliviano, Evo Morales, pediu perdão nesta quarta-feira aos indígenas amazônicos pela brutal repressão policial ocorrida no domingo passado durante uma passeata para protestar contra o traçado de uma estrada.

"Que me desculpem, que me perdoem, não dei qualquer instrução" para que fossem reprimidos, disse Morales na Casa de Governo. "Não houve ordem do presidente" para a ação policial.

"Quero novamente convocar ao diálogo, estamos aqui para seguir dialogando", destacou o presidente, que acusa os meios de comunicação de dramatizar a ação policial.

Morales qualificou os protestos ocorridos nesta quarta-feira, em todo o país, de "uma chamada de atenção do povo boliviano".

"Preciso dizer, com muita sinceridade, que eu, como vítima (da violência policial na época de líder 'cocalero') jamais poderia instruir para a repressão que houve em Yucumo, como viu o povo boliviano".

Milhares de pessoas ocuparam as ruas das principais cidades bolivianas hoje, convocadas pela Central Operária (COB), para apoiar os indígenas vítimas da repressão policial. O movimento, acompanhado por uma greve geral, mobilizou os nove departamentos bolivianos.

No domingo, a polícia dispersou com violência o acampamento da marcha indígena em Yucumo, onde os manifestantes foram retirados de suas barracas e forçados a embarcar em ônibus, em uma ação que não poupou mulheres e crianças.

Os incidentes em Yucumo provocaram a renúncia da ministra da Defesa, Cecilia Chacón, indignada com a ação da polícia, e, posteriormente, do ministro do Interior, Sacha Llorenti, por suposta negligência.

Na terça-feira, ao empossar os novos ministros do Interior e da Defesa, Wilfredo Chávez e Rubén Saavedra, o presidente acusou os meios de comunicação de mentir e utilizar o incidente policial para minar o governo.

"Já disse isto e não tenho medo de repetir: a maior oposição a Evo Morales são os meios de comunicação, mas vamos lutar esta batalha, da verdade contra a falsidade".

Diante da onda de indignação pela repressão ao protesto, Morales suspendeu na segunda-feira o projeto de construção da estrada que cortaria o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure", até que "todas as partes sejam ouvidas".

Morales também propôs a criação de "uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos" envolvendo a repressão.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.

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La Paz - O presidente boliviano, Evo Morales, pediu perdão nesta quarta-feira aos indígenas amazônicos pela brutal repressão policial ocorrida no domingo passado durante uma passeata para protestar contra o traçado de uma estrada.

"Que me desculpem, que me perdoem, não dei qualquer instrução" para que fossem reprimidos, disse Morales na Casa de Governo. "Não houve ordem do presidente" para a ação policial.

"Quero novamente convocar ao diálogo, estamos aqui para seguir dialogando", destacou o presidente, que acusa os meios de comunicação de dramatizar a ação policial.

Morales qualificou os protestos ocorridos nesta quarta-feira, em todo o país, de "uma chamada de atenção do povo boliviano".

"Preciso dizer, com muita sinceridade, que eu, como vítima (da violência policial na época de líder 'cocalero') jamais poderia instruir para a repressão que houve em Yucumo, como viu o povo boliviano".

Milhares de pessoas ocuparam as ruas das principais cidades bolivianas hoje, convocadas pela Central Operária (COB), para apoiar os indígenas vítimas da repressão policial. O movimento, acompanhado por uma greve geral, mobilizou os nove departamentos bolivianos.

No domingo, a polícia dispersou com violência o acampamento da marcha indígena em Yucumo, onde os manifestantes foram retirados de suas barracas e forçados a embarcar em ônibus, em uma ação que não poupou mulheres e crianças.

Os incidentes em Yucumo provocaram a renúncia da ministra da Defesa, Cecilia Chacón, indignada com a ação da polícia, e, posteriormente, do ministro do Interior, Sacha Llorenti, por suposta negligência.

Na terça-feira, ao empossar os novos ministros do Interior e da Defesa, Wilfredo Chávez e Rubén Saavedra, o presidente acusou os meios de comunicação de mentir e utilizar o incidente policial para minar o governo.

"Já disse isto e não tenho medo de repetir: a maior oposição a Evo Morales são os meios de comunicação, mas vamos lutar esta batalha, da verdade contra a falsidade".

Diante da onda de indignação pela repressão ao protesto, Morales suspendeu na segunda-feira o projeto de construção da estrada que cortaria o Território Indígena Parque Nacional Isiboro Sécure", até que "todas as partes sejam ouvidas".

Morales também propôs a criação de "uma comissão de alto nível, com organismos internacionais e o defensor do Povo, para que haja uma profunda investigação sobre os fatos" envolvendo a repressão.

A estrada em questão é parte da rodovia que unirá os oceanos Pacífico e Atlântico e promoverá o comércio na América do Sul. O projeto é financiado pelo Brasil, com custo total de 415 milhões de dólares.

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