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Para EUA, vazamento de documentos afegãos pode causar danos

Washington - O vazamento sem precedentes de relatórios militares secretos dos Estados Unidos sobre a guerra do Afeganistão pode custar vidas e prejudicar a confiança dos aliados, disse o Pentágono nessa quinta-feira, alertando que a Wikileaks poderia ter sangue nas suas mãos. Um funcionário de inteligência das Forças Armadas, já detido, está no centro de […]

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Da Redação

Publicado em 29 de julho de 2010 às 23h46.

Washington - O vazamento sem precedentes de relatórios militares secretos dos Estados Unidos sobre a guerra do Afeganistão pode custar vidas e prejudicar a confiança dos aliados, disse o Pentágono nessa quinta-feira, alertando que a Wikileaks poderia ter sangue nas suas mãos.

Um funcionário de inteligência das Forças Armadas, já detido, está no centro de uma investigação sobre o vazamento de mais de 90 mil relatórios secretos dos militares para a organização Wikileaks, disseram autoridades dos EUA.

O secretário de Defesa dos EUA, Robert Gates, se recusou a comentar o episódio, mas disse que não poderia descartar a possibilidade de novos vazamentos de informações secretas. Ele também anunciou que pretende dificultar o acesso às informações de inteligência delicadas.

"As consequências no campo de batalha depois do vazamento desses documentos são potencialmente graves e perigosas para as nossas tropas, nossos aliados, os parceiros afegãos, e podem danificar nossas relações e reputação naquela parte importante do mundo", disse Gates.

O almirante Mike Mullen, que como chefe do Estado Maior é o principal oficial militar norte-americano, atacou o fundador da Wikileaks, Julian Assange, que diz publicar documentos para expor a corporação e a corrupção no governo.

"O senhor Assange pode dizer o que quiser sobre o bem maior que ele acha que ele e suas fontes estão fazendo", disse Mullen.

"Mas a verdade é que eles podem até já ter nas suas mãos o sangue de algum jovem soldado ou de uma família afegã."

Gates não quis comentar se a investigação será ampliada para incluir a Wikileaks. Ele disse que o FBI vai dar assistência às Forças Armadas na investigação.

O presidente Barack Obama e os militares de altas patentes diminuíram a importância das revelações que constavam dos documentos que vazaram, o que gerou dúvidas em Washington, no meio de impaciência crescente em relação a essa guerra cara e pouco popular, que já dura nove anos.

O mês de junho foi o mais fatal para as tropas estrangeiras desde o começo do conflito em 2001 e as autoridades dos EUA já avisaram que esperam que as mortes continuem aumentando durante o verão.

Obama se reuniu com a equipe de segurança nacional na Casa Branca nesta quinta-feira e fontes oficiais disseram que o caso da Wikileaks foi discutido.

Gates, ex-diretor da CIA disse aos repórteres que sua maior preocupação é que os afegãos e outros aliados deixem de acreditar que os EUA podem guardar seus segredos em segurança.

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