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EUA vai enviar aeronaves de combate ao Oriente Médio em meio a ameaças do Irã e aliados a Israel

Ao longo da semana, países prometeram represálias após os assassinatos de líderes do Hezbollah e do Hamas

O porta-aviões Theodore Roosevelt navega perto do Golfo Arábico, equipado com cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35 (Paul L. ARCHER / US NAV/AFP)
Agência o Globo

Agência de notícias

Publicado em 2 de agosto de 2024 às 19h09.

Os Estados Unidos vão reforçar suas capacidades defensivas no Oriente Médio em meio a ameaças do Irã e aliados a Israel, afirmou o Pentágono nesta sexta-feira. Segundo oficiais ouvidos pelo The New York Times, serão enviadas mais aeronaves de combate à região para proteger tropas e aliados dos EUA.

Na última terça-feira, um ataque israelense matou o comandante militar do movimento libanês Hezbollah, Fuad Shukr, em Beirute, capital do Líbano. Horas depois, o líder do Hamas Ismail Haniyeh foi assassinado na capital iraniana, Teerã. Israel não confirmou a autoria do segundo ataque, mas o grupo palestino e o Irã o atribuíram às forças israelenses.

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Nesta sexta-feira, a secretária adjunta de imprensa do Pentágono, Sabrina Singh, afirmou que o secretário de Defesa dos EUA, Lloyd Austin, vai comandar múltiplas ações "para reforçar a proteção das forças americanas em toda a região, proporcionar um maior apoio à defesa de Israel e garantir que os Estados Unidos estejam preparados para responder a esta crise".

Ao longo da semana, o Irã e seus aliados regionais prometeram adotar represálias pelos assassinatos dos líderes do Hezbollah e do Hamas, alimentando os temores de um conflito mais amplo na região.

Uma fonte próxima ao Hezbollah disse à AFP que os funcionários iranianos se reuniram em Teerã, na última quarta-feira, com representantes do chamado "eixo de resistência", uma aliança informal de grupos apoiados pelo Irã e hostis a Israel, para discutir seus próximos passos.

— Dois cenários foram discutidos: uma resposta simultânea do Irã e de seus aliados ou uma resposta escalonada de cada parte — disse a fonte.

Ao The New York Times, um oficial militar dos EUA disse, sob condição de anonimato, que as forças americanas no Oriente Médio estavam tomando "medidas necessárias" para aumentar o nível de preparo para o combate e proteger as tropas e os aliados dos EUA contra as ameaças.

O número de aviões a serem enviados ainda não foi definido, assim como as aprovações finais de autoridades seniores, como a do secretário de Defesa. Os oficiais afirmam tentar calibrar a resposta americana para enviar uma quantidade suficiente de aeronaves o mais rápido possível para ajudar Israel sem parecer que estão escalando o conflito.

A secretária adjunta de imprensa do Pentágono disse que, durante uma ligação entre Austin e o ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, nesta manhã, o secretário americano "se comprometeu" com a ajuda dos EUA e reforçou que o país “reforçará a proteção de nossas forças na região".

O Pentágono também se prepara para a possibilidade de que grupos apoiados pelo Irã, incluindo os Houthis no Iêmen e o Kataib Hezbollah no Iraque, possam atingir as tropas americanas no Oriente Médio como parte da esperada retaliação.

Durante a conversa com Gallant, o secretário de Defesa dos EUA expressou preocupação com a escalada do conflito. Disse que "todos os países" da região se beneficiariam com uma redução das tensões, afirmou Sabrina.

Além de dezenas de aeronaves de combate em terra, o Pentágono já enviou mais de uma dúzia de navios de guerra para a região.

O porta-aviões Theodore Roosevelt, equipado com cerca de 40 aviões de ataque F/A-18 Super Hornet e F-35, navega próximo ao Golfo Pérsico, enquanto o grupo anfíbio de prontidão U.S.S. Wasp, com 30 aviões e helicópteros, além de 4,5 mil fuzileiros navais e marinheiros, opera no leste do Mar Mediterrâneo.

Qualquer poder aéreo adicional pode ser crucial. O Irã disparou mais de 300 drones e mísseis contra Israel em um grande ataque em abril, mas apenas alguns tiveram sucesso, causando danos leves. Jatos da Força Aérea dos EUA baseados na Jordânia e na Arábia Saudita coordenaram-se com caças da Força Aérea Francesa, Jordaniana e Britânica para abater mais de 80 drones.

O Irã telegrafou esse ataque com antecedência, dando ao Pentágono tempo suficiente para deslocar aeronaves de combate adicionais e navios da Marinha para o local, enquanto os comandantes dos EUA negociavam o acesso ao espaço aéreo para os caças operarem e coordenavam as baterias de defesa aérea no solo para ajudar a defender Israel.

Mas não está claro se agora Israel e seus aliados terão tanto tempo para se preparar para qualquer nova rodada de grandes ataques iranianos, afirmam as autoridades.

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