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EUA tentam tranquilizar China após conversa de Trump com Taiwan

Comunicado do porta-voz de Barack Obama enfatizou os temores de uma repercussão negativa ao telefonema de Trump à presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen

Barack Obama: telefonema de Trump para Taiwan na sexta-feira provocou um protesto diplomático de Pequim no sábado. (Carlos Barria / Reuters)

Barack Obama: telefonema de Trump para Taiwan na sexta-feira provocou um protesto diplomático de Pequim no sábado. (Carlos Barria / Reuters)

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Reuters

Publicado em 6 de dezembro de 2016 às 09h01.

Washington / Pequim - A Casa Branca informou na segunda-feira que procurou tranquilizar a China após um telefonema do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, à líder de Taiwan na semana passada, que o governo Obama alertou que pode afetar o progresso nas relações de Washington com Pequim.

O comunicado do porta-voz do presidente dos EUA, Barack Obama, enfatizou os temores de uma repercussão negativa ao telefonema incomum de Trump à presidente de Taiwan, Tsai Ing-wen, na sexta-feira, que provocou um protesto diplomático de Pequim no sábado.

O porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, disse que membros do Conselho de Segurança Nacional conversaram duas vezes com autoridades chinesas durante o fim de semana para reforçar as garantias do compromisso de Washington com a política de "uma China" e para "reiterar e esclarecer o compromisso permanente dos Estados Unidos com nossa política de longa data para a China".

Essa política está em vigor há 40 anos e tem como foco a promoção e a preservação da paz e da estabilidade no estreito que separa China e Taiwan, o que é do interesse dos EUA, disse Earnest.

"Se a equipe do presidente eleito tem um objetivo diferente, deixarei que eles o descrevam", afirmou. "O governo chinês em Pequim colocou uma prioridade enorme nesta situação, e é um tema delicado. Parte do progresso que fizemos em nosso relacionamento com a China poderia se minado se este assunto esquentar".

A ligação para Tsai Ing-wen foi a primeira de um presidente ou presidente eleito norte-americano a um líder taiwanês desde que o então presidente Jimmy Carter reconheceu Taiwan como parte de "uma China" em 1979. Pequim vê o território como uma província renegada.

Apesar das tensões relativas a assuntos que vão do comércio a reivindicações territoriais chinesas no Mar do Sul da China, a gestão Obama tem ressaltado a cooperação em temas globais, como a mudança climática e os programas nucleares do Irã e da Coreia do Norte.

Mais cedo na segunda-feira, o Ministério das Relações Exteriores chinês disse que Trump entende a posição da China no tocante a Taiwan e que Pequim vem mantendo contato com sua equipe.

O presidente do Comitê de Relações Exteriores do Senado norte-americano, Bob Corker, que foi mencionado como possível secretário de Estado do próximo governo, disse também na segunda-feira ter achado que a reação ao telefonema para Taiwan tem sido exagerada.

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