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EUA temem que Al Qaeda esteja preparando ataque biológico

Reportagem do jornal New York Times diz que grupo terrorista no Iêmen adquiriu matéria-prima para fabricação de veneno

Liderança da Al Qaeda: grupo estaria planejando ataques a shoppings, escolas e transporte público (Getty Images)

Liderança da Al Qaeda: grupo estaria planejando ataques a shoppings, escolas e transporte público (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 15 de agosto de 2011 às 19h02.

Washington - Os serviços de inteligência americanos estão "cada vez mais preocupados" com a possibilidade de a Al Qaeda estar preparando um ataque biológico, conforme reportagem publicada neste sábado no jornal "The New York Times".

Com base nas informações do jornal, que teve acesso a documentos da inteligência, durante mais de um ano, o braço da Al Qaeda no Iêmen adquiriu grandes quantidades de sementes de mamona (Ricinus communis) para produzir ricinina, uma toxina cujo pó esbranquiçado somente inalado é capaz de chegar a corrente sanguínea e ser fatal.

Os funcionários da inteligência garantiram que recolheram provas de que membros da Al Qaeda estão tentando transferir sementes de mamona para processá-las em um laboratório na província de Shabwa, uma região tribal do Iêmen controlada pelos insurgentes.

Os serviços de contraterrorismo americanos indicam que essas evidências apontam que os terroristas estariam tentando esconder lotes do veneno fatal em pacotes com pequenos explosivos, para fazê-los explodir em espaços públicos fechados como shopping, aeroportos ou uma estação de metrô.

Segundo o jornal, altos funcionários americanos garantiram que não há indícios de um ataque "iminente" com ricinina e alguns analistas acreditam que o grupo terrorista ainda está tentando dar forma à utilização da ricinina como uma arma efetiva.

As mesmas fontes questionam a "utilidade" da ricinina, já que, como explicam, a substância perde potência em condições em regiões secas e com sol, como o Iêmen, e ao contrário de outros agentes, não é facilmente absorvido pela pele.


No entanto, os serviços de inteligência americanos não descartam nenhuma possibilidade e, segundo o jornal nova-iorquino, estão trabalhando com a hipótese de uma ameaça próxima, levando em conta que a célula iemenita esteve por trás das últimas tentativas de ataques aos Estados Unidos.

"(A ameaça) foi levada a sério por este Governo. O que sabemos sobre o grupo (Al Qaeda na Península Arábica) é que eles fazem o que dizem", indicou um alto funcionário americano, que falou na condição de anonimato.

Al Qaeda no Iêmen assumiu o atentado frustrado de dezembro de 2009, quando um jovem nigeriano tentou explodir uma bomba caseira que levava escondida em suas roupas íntimas em um voo entre Amsterdã a Detroit.

O mesmo grupo, dez meses depois, disparou o alerta vermelho dos serviços de segurança americanos ao interceptarem dois pacotes com cartuchos de tinta carregados com explosivos com destino a Chicago.

"A ameaça potencial de armas de destruição em massa, embora seja na forma mais simples do que as pessoas possam imaginar (...) é muito, muito real", disse Michael E. Leiter, ex-diretor do Centro Nacional de Contraterrorismo em uma recente conferência na qual garantiu que "não é difícil de desenvolver a ricinina."

Os serviços de inteligência estão em alerta também diante de um possível ataque da Al Qaeda, após os Estados Unidos matarem em maio o líder da rede terrorista, Osama bin Laden, em uma operação de precisão realizada por um grupo de elite das forças militares. EFE

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