Mundo

EUA saem, Rússia chega: a renovada ambição do Irã

ÀS SETE - O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, vai ao país para discutir sua situação nuclear e as disputas na região

Rússia: o país foi convidada pela França criar um acordo adicional ao acordo nuclear

Rússia: o país foi convidada pela França criar um acordo adicional ao acordo nuclear

DR

Da Redação

Publicado em 10 de maio de 2018 às 06h15.

Última atualização em 10 de maio de 2018 às 07h22.

O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Ryabkov, viaja para o Irã, nesta quinta-feira, em busca de preencher o vácuo diplomático que se criou após os Estados Unidos saírem do acordo nuclear.

Às Sete – um guia rápido para começar seu dia

Leia também estas outras notícias da seção Às Sete e comece o dia bem informado:

Chega ao país num dia quente: na noite desta quarta-feira o Irã disparou cerca de 20 mísseis contra alvos militares de Israel nas Colinas de Golã, segundo o exército de Israel. O ataque foi lançado de dentro do território sírio, que voltou a ser atacado por Israel.

A visita russa terá como tema principal, claro, a discussão sobre a situação nuclear do Irã e as disputas na região. A Rússia foi convidada pela França criar um acordo adicional ao acordo nuclear, e temas como o programa de mísseis do país islâmico e a política regional poderão ser discutidas.

Na terça-feira, Ryabkov afirmou que não havia motivos para acreditar que o Irã estivesse no caminho para a criação de uma bomba nuclear, e que seria impossível pressionar Teerã a fazer concessões unilaterais. Sua fala foi um pedido ao presidente americano, Donald Trump, para que não se retirasse do acordo.

O pedido não foi ouvido, e agora será o governo russo quem poderá dialogar com o Irã sobre possíveis concessões bilaterais.

Se de um lado a França e outros líderes europeus buscam um novo aliado para evitar o fim do acordo, a Rússia pode usar a deixa para colocar mais um pé na geopolítica do Oriente Médio. Embora a Rússia e o Irã tenham um histórico de poucas alianças, eles têm se aproximado desde que os dois países passaram a apoiar o governo de Bashar al-Assad na guerra civil da Síria.

Para Dmitri Trenin, diretor do Centro Carnegie de Moscou, um dos principais think tanks independentes do país, onde preside o Programa de Política Externa e de Segurança da Rússia, o país tem realizado essa aproximação desde o fim da Guerra Fria, e pode intensificar agora com o espaço deixado pelos Estados Unidos.

“A mudança de direção do projeto político e diplomático da Rússia já não é de hoje. Mas o problema é que falta um plano político. Não adianta realizar apoios momentâneos”, afirma.

O fato é que os ventos de Teerã têm soprado para os lados de Moscou. A ver como o maior aliado de Israel, os Estados Unidos, respondem aos projéteis iranianos.

Acompanhe tudo sobre:Às SeteDonald TrumpEstados Unidos (EUA)Exame HojeIrã - PaísRússia

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano