Washington - O presidente norte-americano, Barack Obama, prometeu que seu país irá reagir ao ciberataque contra a Sony Pictures atribuído ao governo da Coreia do Norte.
Obama disse que a agressão cibernética “casou muitos danos” à Sony, mas que acredita que a empresa cometeu um erro ao cancelar o lançamento do filme “A Entrevista”, uma comédia que mostra o assassinato do líder norte-coreano, Kim Jong Un.
“Iremos responder”, declarou Obama em uma coletiva de imprensa de final de ano. “Iremos responder proporcionalmente, e iremos responder no lugar e no momento e da maneira que escolhermos.” Duas horas antes de seu discurso, a polícia federal dos Estados Unidos (FBI) anunciou que investigadores determinaram que a Coreia do Norte esteve por trás da invasão à Sony, classificado de ato inaceitável de “intimidação” com patrocínio estatal.
Obama afirmou que a Coreia do Norte parece ter agido sozinha.
Foi a primeira vez que os EUA acusaram diretamente outro país de uma agressão cibernética desta natureza em solo norte-americano.
A natureza do ataque e as ameaças dos hackers que levaram o estúdio de Hollywood a suspender o filme, o destacou em relação a outras intrusões cibernéticas, disse o FBI.
Um diplomata norte-coreano na Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que Pyongyang não teve nada a ver com o ciberataque. “A República Democrática Popular da Coreia (Coreia do Norte) não é parte disso”, disse ele à Reuters sob condição de anonimato.
Obama disse que gostaria que a Sony tivesse conversado com ele antes de cancelar o filme, dando a entender que o gesto pode criar um precedente ruim. “Acho que cometeram um erro”, afirmou. “Gostaria que tivessem conversado comigo primeiro.” Ele acrescentou: “Não podemos ter uma sociedade na qual o ditador de algum lugar começa a impor censura aqui nos Estados Unidos”.
Após as declarações de Obama, o presidente-executivo da Sony Pictures Entertainment, Michael Lynton, negou que o cancelamento do filme tivesse sido um erro.
As opções de Obama para reagir ao ataque virtual parecem limitadas.
A Coreia do Norte está sujeita a sanções dos EUA há mais de 50 anos, mas elas tiveram pouco efeito em sua política de direitos humanos ou no desenvolvimento de suas armas nucleares. O país se especializou em esconder suas atividades de angariação de fundos, muitas vezes criminosas, evitando em grande parte os bancos tradicionais.
O FBI declarou que uma análise técnica do malware (programa mal-intencionado) usado no ataque à Sony encontrou links para um malware que “agentes da Coreia do Norte” desenvolveram e uma “sobreposição significativa” com “outras atividades cibernéticas mal-intencionadas” ligadas anteriormente a Pyongyang.
*Atualizada às 20h20 do dia 19/12/2014
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1. Gafes
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1/10 (Jordan Pix/Getty Images)
São Paulo – Além de enfrentar a ameaça
hacker que provocou o vazamento de e-mails de diretores e celebridades da
Sony Pictures na internet e do prejuízo de
adiar a estreia do
filme “A Entrevista”, antes marcada para o dia 25 de dezembro nos Estados Unidos, a companhia terá que encarar ainda o constrangimento gerado por essas revelações. Como vingança contra o longa-metragem, que faz piada com o regime da Coreia do Norte, hackers invadiram os sistemas da Sony e publicaram documentos privados. Comentários nada politicamente corretos, com insultos e críticas sobre famosos, e informações nada agradáveis foram parar na rede, gerando grande burburinho. Confira nas imagens os principais micos.
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2. Leonardo Di Caprio é considerado “desprezível”
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2/10 (Mike Segar/Reuters)
Uma troca de e-mails entre o produtor Mark Gordon e a copresidente de estúdio Amy Pascal
revelou ressentimento em relação a Leonardo Di Caprio. O ator havia sido chamado para participar do filme biográfico sobre Steve Jobs, roteirizado por Aaron Sorkin, mas, ao recusar a oferta, os chefes não gostaram nada da resposta. Em uma conversa, Gordon afirmou que a negativa de Di Caprio era “um comportamento horrível”. A réplica de Amy foi ainda mais dura: “realmente desprezível”.
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3. Angelina Jolie é chamada de criança mimada e pouco talentosa
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3/10 (Luke MacGregor/Reuters)
Uma conversa realizada em fevereiro, entre Amy Pascal e o produtor Scott Rudin mostrou que Angelina Jolie não está entre as atrizes mais amadas por eles. Segundo a revista
Variety, Angelina reclamou por David Fincher ter desistido de dirigir seu filme “Cleópatra”, para filmar a biografia de Steve Jobs. A reação da atriz foi muito mal avaliada. Em um e-mail, Rudin falou que Amy deveria calar Angelina antes que ela dificultasse muito a produção de Fincher. Em seguida, além de falar mal da ideia do filme “Cleópatra”, ele disse que não destruiria a própria carreira por causa de uma criança mimada e minimamente talentosa, em referência à esposa de Brad Pitt.
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4. Megan Ellison é chamada de lunática bipolar
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4/10 (Getty Images)
A ira do produtor Scott Rudin também atingiu a produtora cinematográfica Megan Ellison, fundador da Annapurna Pictures, que desejava financiar o filme sobre Steve Jobs, quando a Sony ainda estava à frente do projeto. Em um e-mail, Rudin afirmou que Ellison é uma lunática bipolar de 28 anos de idade, que precisaria tomar seus remédios para que a produção pudesse ser realizada. Ao saber dos desaforos, Ellison brincou dizendo que sempre pensou em si mesma como alguém excêntrica.
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5. Adam Driver é considerado uma “péssima ideia”
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5/10 (Getty Images)
Em outro e-mail vazado, Amy Pascal enviou ao diretor David Fincher algumas notícias: uma delas dizia que ele não iria mais dirigir o filme sobre Steve Jobs e outra dizia que o ator Adam Driver poderia ser o vilão do novo "Star Wars: O Despertar da Força". Para fugir do assunto sobre sua possível saída da cinebiografia, Fincher disse que Driver era, realmente, uma “péssima ideia” para o papel.
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6. Jennifer Lawrence e Amy Adams valeram menos que homens de “Trapaça”
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6/10 (Lucas Jackson/Reuters)
As duas atrizes principais do filme “Trapaça” (2013) receberam cachês mais baixos do que os homens do elenco. Segundo informações divulgadas pelo site
The Daily Beast, Jennifer Lawrence e Amy Adams tiveram remuneração de apenas 7% dos rendimentos do filme, enquanto seus colegas David O'Russell (diretor) e os atores Bradley Cooper, Christian Bale e Jeremy Renner ganharam 9%. E-mails enviados a Amy Pascal mencionaram a injustiça, mas mesmo assim a política de diferenciação permaneceu, mesmo sabendo que o lançamento de “Trapaça” pegou carona no sucesso de “Jogos Vorazes”, estrelado por Jennifer e lançado pouco antes da produção da Sony. Outros documentos mostraram que a diferença nos salários pagos pela Sony em relação ao gênero é gritante. Dos 17 executivos da empresa que recebem mais de 1 milhão de dólares por ano, apenas 1 é mulher.
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7. Willow e Jaden Smith são ridicularizados
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7/10 (Getty Images)
Os filhos do ator Will Smith, Willow e Jaden Smith,
foram ridicularizados em um e-mail de Tom Rothman, chefe da produtora TriStar, para o presidente da Columbia Pictures, Doug Belgrad. Após ler a entrevista polêmica de Jaden e Willow à T Magazine, em que foram publicadas declarações inusitadas, Rothman enviou o link da matéria e o comentário: “Eles são escolarizados em casa: não deixe essa família escolher seus filmes!!!”.
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8. Aaron Sorkin acha que papéis femininos são mais fáceis do que masculinos
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8/10 (Getty Images)
O roteirista e produtor Aaron Sorkin deu um show de machismo em um e-mail publicado pelo Daily Beast. Em uma
mensagem enviada ao colunista do The New York Times Maurreen Dowd, Sorkin afirmou que é muito mais fácil vencer um Oscar se a pessoa for mulher, pois o nível dos atores seria muito mais alto do que o das atrizes, quando se fala de performance. Para ele, quase nenhuma mulher que já venceu o maior prêmio do cinema chegou à altura das atuações masculinas que também ganharam (ou até mesmo que perderam) as estatuetas. As exceções, que poderiam competir de igual para igual com os homens, seriam Meryl Streep e Helen Mirren.
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9. E-mails sugeriram que Obama só gosta de filmes com negros
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9/10 (Larry Downing/Reuters)
Nem o presidente dos Estados Unidos escapou dos
e-mails jocosos dos produtores. Antes de se encontrar com Barack Obama, em um café da manhã, a presidente da Sony Pictures, Amy Pascal, trocou e-mails com o produtor e amigo Scott Rudin. Nas mensagens, ela pediu sugestões de perguntas para fazer ao presidente. Rudin sugeriu que ela perguntasse se Obama tinha interesse em patrocinar alguma produção. Como ela duvidava disso, perguntou se valeria a pena questioná-lo se tinha gostado do filme “Django Livre”. A partir daí, os dois citaram diversos títulos protagonizados por negros, como “O Mordomo da Casa Branca” e “12 Anos de Escravidão”, como se Obama tivesse um apreço especial por eles, já que também é afrodescendente. A brincadeira, é claro, não pegou bem. Após o vazamento, ambos pediram desculpas pela insensibilidade da piada.
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10. Veja, agora, os trailers mais vistos de 2014
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10/10 (Divulgação / Universal)