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EUA: regime líbio dá sinais de desespero

Num claro sinal de enfraquecimento da força militar, o coronel Kadafi fornece armas a "voluntários" civis para que combatam os rebeldes

Ataque de blindados é um revide de Kadafi contra a coalizão (John Moore/Getty Images)

Ataque de blindados é um revide de Kadafi contra a coalizão (John Moore/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de março de 2011 às 23h37.

Washington - Após uma semana de ataques aéreos, o regime do coronel Muammar Kadhafi começa a recrutar "voluntários" civis para combater os rebeldes, dando sinais de desespero, estimaram responsáveis americanos.

Segundo o vice-almirante americano Bill Gortney, o coronel Kadhafi fornece armas a "voluntários" civis para que combatam os rebeldes, o que é um claro sinal do enfraquecimento das forças líbias.

"Recebemos informações hoje de que começou a armar o que chama de 'voluntários' para combater a oposição", afirmou o vice-almirante Gortney, do Estado-Maior americano, durante uma entrevista coletiva.

"Não estou certo de que sejam realmente voluntários e não sei quantos ele vai conseguir recrutar, mas considero revelador que julgue necessário buscar reforços entre os civis".

As operações aéreas foram intensificadas nas últimas 24 horas, com 153 missões, principalmente para proteger as populações civis alvejadas pelas forças líbias.

O Exército líbio está consideravelmente enfraquecido, de acordo com o vice-almirante: "Kadhafi quase não tem mais defesa antiaérea e há apenas uma capacidade reduzida de comandar e de apoiar suas tropas no terreno".

"Sua aviação não pode mais voar, seus navios permanecem no porto, seus depósitos de munições continuam a ser destruídos, as torres de comunicação foram derrubadas, seus bunkers de comando foram inutilizados", explicou o almirante.

Apesar do otimismo americano, o comandante do Estado-Maior francês, Edouard Guillaud, advertiu hoje que as operações da coalizão internacional ainda podem durar semanas.

"Duvido que seja uma questão de dias. Penso que será questão de semanas, mas espero que não seja de meses", declarou o almirante francês, garantindo que não existirá um atoleiro militar no sentido estrito da palavra.

Segundo o ministério líbio da Saúde, ao menos 114 pessoas morreram e 445 ficaram feridas nos bombardeios da coalizão internacional contra a Líbia. Os óbitos ocorreram em Trípoli, 104, e nos arredores de Sirte, 10, cidade natal de Muamar Kadhafi, 600 km a leste da capital.

Apesar da pressão internacional, as forças de Kadhafi mantinham o assédio à cidade rebelde de Misrata.

"O ataque vem ocorrendo desde quinta-feira à noite", disse a testemunha contatada por telefone. "Eles estão atirando em tudo o que se mexe".

De acordo com testemunhas, moradores da terceira maior cidade da Líbia, localizada a 214 km de Trípoli, ficam o dia inteiro trancados em ambientes fechados, com muito medo de saírem às ruas.

"Não há água, eletricidade, e os suprimentos estão acabando".

Segundo a mesma testemunha, os ataques contra as forças de Kadhafi promovidos pela coalizão desde sábado para estabelecer uma zona de exclusão aérea foram "prejudiciais" a Misrata.

Ao menos 109 pessoas morreram em Misrata e mais de 1.300 ficaram feridas em uma semana de ataques das forças leais a Kadhafi, informou à AFP um médico da cidade na quinta-feira.

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