EUA: "China e Rússia estão reforçando e modernizado suas forças nucleares", observou o subsecretário (f8grapher/Thinkstock)
EFE
Publicado em 2 de fevereiro de 2018 às 20h52.
Washington - Os Estados Unidos divulgaram nesta sexta-feira o documento com a Revisão de sua Postura Nuclear (NPR, na sigla em inglês) que pretende responder às necessidades "de segurança da atualidade" sem desenvolver novas ogivas nucleares ou aumentar seu arsenal, mas que defende o retorno da capacidade de lançamento de mísseis atômicos a partir de navios.
"Esta NPR responde às necessidades de segurança atuais com ajustes na estratégia de dissuasão", assinalou o subsecretário de Defesa, Patrick Shanahan, durante a apresentação do documento no Pentágono.
Entre as recomendações do documento, que ainda deve receber o respaldo do Congresso, destacam-se a volta dos navios equipados com lançadores de mísseis nucleares e a redução da dependência de submarinos com capacidade de disparar projéteis balísticos equipados com ogivas atômicas.
A nova política de defesa nuclear do governo americano coincide com a nova Estratégia de Defesa Nacional (NDS) apresentada pelo secretário de Defesa, James Mattis, em 19 de janeiro e que põe o foco na crescente ameaça de países como a Rússia, a China e, sobretudo, a Coreia do Norte.
"China e Rússia estão reforçando e modernizado suas forças nucleares", observou o subsecretário para Assuntos Políticos do Departamento de Estado, Thomas Shannon, que acrescentou que Washington "fará responsável" qualquer ator, "estatal ou não", que apoie o terrorismo, em uma aparente referência ao Irã.
Quanto à Coreia do Norte, o documento defende a necessidade de adotar uma estratégia "feita sob medida" para o regime de Pyongyang, que "declarou abertamente que têm o objetivo de realizar ataques nucleares com seus mísseis contra os Estados Unidos, a Coreia do Sul e o Japão".
Para fortalecer a estratégia de dissuasão, a proposta contempla a modernização da chamada Tríade Nuclear - composta por bombardeiros estratégicos, submarinos nucleares e mísseis balísticos intercontinentais, muitos dos quais têm décadas de idade - para fortalecer a política de dissuasão americana.
De acordo com a NPR, a nova Tríade deverá absorver 6,4% do orçamento total do Departamento de Defesa.
Apesar de a nova proposta ter sido elaborada em colaboração com a "comunidade de não proliferação (nuclear)" e "não violar nenhum acordo", segundo comentou Shanahan, ela representa um freio à NPR anterior, apresentada em 2010 pelo então presidente Barack Obama, que apostava em uma redução do arsenal atômico.
"Na última década, os Estados Unidos reduziram seu arsenal nuclear em 85%", explicou Shannon antes de assinalar que seu país "só contemplará o uso de armas nucleares em circunstâncias de extrema gravidade".