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EUA reclamam da desvalorização de algumas moedas

Secretário do Tesouro americano espera convencer os países emergentes a serem mais flexíveis com a valorização de suas moedas

O secretário do Tesouro dos EUA, Timothy Geithner, fez coro às críticas do FMI sobre a valorização das moedas (Arquivo)
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Da Redação

Publicado em 6 de outubro de 2010 às 16h43.

Washington - O secretário do Tesouro dos Estados Unidos, Timothy Geithner, advertiu hoje, sem mencionar a China, que a excessiva desvalorização das moedas de alguns países emergentes pode pôr em risco a recuperação econômica mundial.

Geithner abordou um dos temas mais espinhosos dos últimos tempos da econômica internacional e que promete ser o eixo da reunião ministerial do G20, que será realizado nesta sexta-feira, em Washington, e da Assembleia do Fundo Monetário Internacional (FMI) e do Banco Mundial (BM), que acontecerá no fim de semana.

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Nos últimos meses, o Congresso americano se queixou de que o Governo Barack Obama não exerce uma maior pressão sobre a China, país acusado de manter sua divisa artificialmente baixa para favorecer as exportações.

A China anunciou que deixaria o iuane oscilar mais livremente, mas desde então a valorização não chegou a 1%.

Além da China, outros países, como Brasil e Coreia do Sul, tomaram medidas para manter a cotação de suas moedas, o que levou alguns especialistas a falarem de "guerra de divisas".

Em um discurso que o secretário do Tesouro fez na Brookings Institution, em Washington, afirmou que controlar ferreamente a cotação das moedas implica grandes riscos para os países.

Por um lado, explicou, manter artificialmente baixa a cotação "pode causar inflação e gerar bolhas de crescimento nas economias emergentes", e também "pode frear o crescimento do consumo e criar distorções a curto prazo, a favor das exportações".

Geithner indicou que um dos objetivos dos Estados Unidos na reunião do FMI e do BM nos próximos dias será "convencer" as nações a serem mais flexíveis com as cotações de suas moedas.

Em entrevista coletiva paralela, o economista-chefe do FMI, Olivier Blanchard, reconheceu que a excessiva valorização das divisas afeta muitos países emergentes, e que este precisará ser um dos temas abordados no G20, que se transformou no principal fórum de colaboração internacional.

Blanchard disse que, para conseguir um crescimento mundial mais equilibrado, é necessário que alguns países emergentes "apreciem suas moedas frente às divisas de muitos países desenvolvidos", e citou a necessidade de que o iuane se aprecie em relação ao dólar.

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