Malásia, Indonésia e Tailândia provocaram grande indignação internacional, rejeitando a chegada em suas margens barcos superlotados de migrantes rohingyas e pobres de Bangladesh (AFP/ JANUAR)
Da Redação
Publicado em 20 de maio de 2015 às 17h08.
Washinton - Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira estar dispostos a ajudar no acolhimento de migrantes do sudeste asiático abandonados em barcos à deriva, uma crise que provocou indignação internacional.
Washington está "pronto para ajudar a carregar o fardo e salvar vidas" acolhendo algumas das milhares de pessoas que deixaram Mianmar e Bangladesh por mar e estão à deriva ao largo da costa da Indonésia e da Malásia, assegurou a porta-voz do Departamento de Estado, Marie Harf.
"Temos uma obrigação comum de responder ao apelo desses migrantes que arriscaram suas vidas no mar", disse Harf a repórteres.
Tony Blinken, vice-secretário de Estado, está na região e se reunirá na quinta-feira com os líderes de Miamnar para instá-los a trabalhar ao lado de seus colegas de Bangladesh para ajudar no resgate dos refugiados à deriva no mar.
"Estamos preocupados com os motivos que levaram essas pessoas a colocar suas vidas em risco no mar, incluindo a política do governo de Mianmar em relação à minoria rohingya e as discriminações racial e religiosa", disse Marie Harf.
Mianmar, cujas políticas direcionadas a minoria étnica rohingya são consideradas responsáveis por alimentar a emigração em massa desta comunidade, abrandou sua postura nesta quarta-feira oferecendo ajuda humanitária aos migrantes em causa.
Malásia, Indonésia e Tailândia provocaram grande indignação internacional, rejeitando a chegada em suas margens barcos superlotados de migrantes rohingyas e pobres de Bangladesh.
Uma delegação americana de alto nível participará de uma conferência em 29 de maio sobre a crise migratória, organizados pela Tailândia em Bangkok.
Mais de 1.000 rohingyas foram reassentados nos Estados Unidos desde outubro, e Harf disse que Washington vai tomar "um papel de liderança" na entrada futura de alguns dos refugiados mais vulneráveis. No entanto, advertiu que deve ser um esforço internacional e não apenas de seu país.