Mundo

EUA reafirmam compromisso com governos do Iraque e do Afeganistão

Os governos dependem dos EUA e de tropas americanas para ajudá-los a reafirmar o controle de seus países em meio a ameaças de grupos extremistas

Tillerson: "Estamos preocupados com a futura estabilidade do Paquistão" (Kevin Lamarque/Reuters)

Tillerson: "Estamos preocupados com a futura estabilidade do Paquistão" (Kevin Lamarque/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 23 de outubro de 2017 às 20h22.

Washington - O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, fez sua primeira viagem para o Iraque e o Afeganistão após ter assumido o cargo, entrando e saindo discretamente dos dois países, onde tropas locais e dos Estados Unidos tentam frear a ação de grupos militantes extremistas que ameaçam governos aliados a Washington.

Tillerson reuniu o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, e o presidente afegão, Ashraf Ghani, nesta segunda-feira, durante um giro pelo Oriente Médio e sul da Ásia, que incluiu paradas mais amplas na Arábia Saudita e no Catar, além do Paquistão e da Índia, que serão visitados ainda esta semana.

Os governos de ambos os países dependem dos EUA e de tropas americanas para ajudá-los a reafirmar o controle de seus países em meio a ameaças de grupos extremistas.

Nos últimos anos, ataques do Estado Islâmico no Iraque e do Taleban no Afeganistão enfraqueceram a autoridade governamental, deixando territórios fora do controle dos governos.

Ao mesmo tempo, ambos os países sofrem severas divisões políticas. Uma disputa de independência dos curdos iraquianos provocou tensões com Bagdá, enquanto a discórdia política no Afeganistão enfraqueceu a eficácia do governo de Cabul, em meio a uma maior onda de violência.

Durante seu encontro com Tillerson em Bagdá, Abadi prometeu completar a libertação do Iraque do Estado Islâmico e garantir as fronteiras do país, disse o escritório do premiê iraquiano.

Abadi também abordou a disputa de seu governo com os curdos, descrevendo sua recente decisão de reafirmar o controle sobre áreas disputadas da província de Kirkuk como uma imposição necessária da autoridade estatal.

Ele disse que Bagdá não queria ir à batalha com qualquer componente do país "já que todos eles são nossos filhos".

A viagem de Tillerson também se concentrou no apoio de outros países da região para ajudar a estabilizar a situação no Iraque e no Afeganistão.

O secretário de Estado se reuniu no domingo, em Riad, com o rei Salman e pediu que a Arábia Saudita desempenhe um papel maior no Iraque para combater a crescente influência do Irã.

Na terça-feira, ele irá ao Paquistão e à Índia, onde descreverá maneiras de desempenhar um papel mais construtivo em solo afegão.

"Os EUA fizeram alguns pedidos muito específicos ao Paquistão" para que haja uma corrosão do apoio ao Taleban, disse Tillerson.

Ele também afirmou que o futuro do relacionamento dos EUA com o Paquistão seria baseado em se Islamabad tomaria as decisões que Washington considera necessárias.

"Em nossas conversas com a liderança paquistanesa, estamos preocupados com a futura estabilidade do Paquistão, como estamos, em muitos aspectos, preocupados com o Afeganistão", disse o secretário americano.

"O Paquistão precisa ter uma visão clara da situação em que eles são confrontados em termos do número de organizações terroristas que encontram refúgio seguro em solo paquistanês", comentou.

Apesar disso, Islamabad insiste que não há paraísos remanescentes para os Talebans e outros militantes em seu território e exige ação contra terroristas.

Tillerson também comentou que os EUA permaneceriam no Afeganistão até garantirem a reconciliação e a paz no país, mas advertiu que a abordagem do governo de Donald Trump não equivale a um compromisso ilimitado.

Fonte: Dow Jones Newswires.

Acompanhe tudo sobre:AfeganistãoDonald TrumpEstados Unidos (EUA)IraqueRex Tillerson

Mais de Mundo

Papa celebra o Natal e inicia o Jubileu 2025, 'Ano Santo' em Roma

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips