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EUA: protesto contra absolvição de policial termina com 80 presos

O ex-policial era julgado pela morte de um jovem negro de 24 anos

Protesto: com gritos de "Sem justiça não há paz", centenas de pessoas foram às ruas neste fim de semana (Joshua Lott/Reuters)
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EFE

Publicado em 18 de setembro de 2017 às 11h03.

Washington - Cerca de 80 pessoas foram presas na madrugada desta segunda-feira em Saint Louis, no Missouri, cidade dos Estados Unidos que viveu a terceira noite de protestos pela absolvição de um ex-policial branco que matou um jovem negro.

O Departamento de Polícia de Saint Louis informou que foram presas cerca de 80 pessoas na noite de domingo e na madrugada de segunda. Além disso, os agentes apreenderam cinco armas.

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Essas detenções se somam às 32 realizadas ao longo do fim de semana durante os protestos que começaram na sexta-feira, quando um juiz declarou inocente o ex-policial branco Jason Stockley. Ele era julgado pela morte do jovem negro Anthony Lamar Smith, de 24 anos.

O agente achava que Smith estava vendendo drogas na porta de um restaurante e começou a segui-lo com a viatura. O jovem acelerou e acabou batendo em uma árvore. Quando se aproximou do carro do suspeito, Stockley atirou, em suposta legítima defesa, porque o jovem estaria armado.

O juiz considerou que o agente não era culpado das acusações porque foi obrigado a disparar devido à "conduta perigosa" de Smith.

Com gritos de "Sem justiça não há paz", centenas de pessoas foram às ruas neste fim de semana com cartazes que levavam as palavras "Black Lives Matter" (Vidas de negros importam), lema do movimento que denuncia a violência policial contra os afro-americanos.

As manifestações foram pacíficas ao longo do dia, mas houve incidentes violentos durante a noite. O ato de domingo, com mais de mil pessoas, foi o maior dos últimos dias, segundo os organizadores.

Em resposta, os agentes usaram gás de pimenta para dispersar um grupo de manifestantes que seguia na rua apesar do fim do protesto.

Um grupo de "agitadores", segundo a prefeita de Saint Louis, Lyda Krewson, usou tijolos para quebrar vitrines de lojas e também bloqueou parte das ruas da cidade, tombando lixeiras.

"Vimos de novo que a maioria dos manifestantes não era violento. Os dias têm se desenvolvido de maneira calma, mas as noites foram destrutivas. Quando os organizadores anunciam que os protestos terminaram, um grupo de agitadores fica, aparentemente, decidido a quebrar lojas e destruir propriedades. Isso não é aceitável", disse a prefeita em uma entrevista coletiva.

Segundo o chefe interino do Departamento de Polícia de Saint Louis, Lawrence O'Toole, um grupo violento atacou os agentes com pedras e com produtos químicos líquidos que estavam em garrafas.

"Todos os ferimentos causados não foram graves. Esses agentes voltarão logo ao trabalho", afirmou O'Toole.

Os protestos de Saint Louis lembram os registrados em Ferguson, em agosto de 2014, quando um policial branco matou o jovem negro Michael Brown e, posteriormente, foi inocentado das acusações.

A morte de Brown e de outros negros por agentes brancos provocaram vários protestos contra a violência da polícia contra as minorias nos EUA.

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