Trump: Pompeo que um acordo que acabe com o enriquecimento de urânio, o programa de mísseis balísticos e algumas das atividades do país no Oriente Médio (Kevin Lamarque/Reuters)
EFE
Publicado em 21 de maio de 2018 às 12h05.
Última atualização em 21 de maio de 2018 às 14h29.
Washington - O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, afirmou nesta segunda-feira que seu Governo está disposto a suspender as sanções contra o Irã se chegar a um tratado com Teerã que acabe "permanentemente" com o enriquecimento de urânio, o programa de mísseis balísticos e algumas das atividades do país no Oriente Médio.
Em discurso, o titular de Relações Exteriores impôs 12 condições ao Irã para chegar a um acordo que levaria os Estados Unidos a "acabar com os componentes principais de cada uma das sanções" americanas a Teerã, além de restaurar seus laços diplomáticos e comerciais com o país persa.
"Em primeiro lugar, o Irã deve declarar completamente à AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica) as anteriores dimensões militares de seu programa nuclear, e deixar esse trabalho permanentemente e de forma verificável, perpetuamente", disse Pompeo.
"Segundo, o Irã deve acabar com o enriquecimento de urânio e não buscar nunca um reprocessamento de plutônio. Isto inclui fechar o seu reator de água pesada", acrescentou.
Em terceiro lugar, o Irã deve "proporcionar à AIEA um acesso incondicional a todas as instalações (nucleares) em todo o país", e como quarta condição, tem que "acabar com a proliferação de mísseis balísticos e acabar com o lançamento e desenvolvimento de mísseis com capacidade nuclear", ressaltou.
"Quinto: o Irã deve libertar todos os cidadãos americanos, assim como cidadãos de nossos parceiros e aliados, detidos sob acusações falsas ou desaparecidos no Irã", recalcou.
O regime iraniano também terá que "acabar com seu apoio a grupos terroristas no Oriente Médio, incluído o libanês Hezbollah e o palestino Hamas e Jihad Islâmica", além de "respeitar a soberania do Governo iraquiano e permitir o desarmamento, desmobilização e reintegração das milícias xiitas", afirmou.
Em oitavo lugar, Teerã deve "acabar com o seu apoio militar às milícias houthis e trabalhar para uma regulação política pacífica no Iêmen", e como nona condição, "retirar da Síria todas as forças sob comando iraniano".
A décima condição é o fim do apoio iraniano "aos talibãs e outros terroristas no Afeganistão" e de seu "refúgio a líderes da Al Qaeda", e a 11ª é deter "o apoio a terroristas e militantes de forças Quds", a unidade de elite e de operações internacionais da Guarda Revolucionária iraniano, indicou Pompeo.
Por fim, o Irã "deve acabar com o seu comportamento ameaçador contra os seus vizinhos", incluídas "suas ameaças de destruir Israel e o disparo de mísseis para a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos".
Se o Irã realizasse essas "grandes mudanças", algo improvável, os Estados Unidos suspenderiam as sanções, restaurariam as relações diplomáticas e ajudariam Teerã a modernizar sua economia.
Pompeo acrescentou que o Governo de Donald Trump "prefere" que esse potencial acordo tome a forma de um "tratado" ratificado pelo Congresso dos EUA para garantir sua permanência, e fechou a porta a uma renegociação do acordo nuclear multilateral de 2015.
"Sei que nossos aliados na Europa poderiam tentar manter ativo o antigo acordo nuclear com Teerã. Essa é a sua decisão. Já sabem qual é a nossa posição", destacou Pompeo.