Secretário de Estado dos EUA, John Kerry, durante conferência anual sobre segurança realizada em Munique (Lukas Barth/Reuters)
Da Redação
Publicado em 7 de fevereiro de 2014 às 22h14.
Washington - O secretário de Estado americano, John Kerry, prometeu nesta sexta-feira que seu governo defenderá o Japão no caso de um ataque da China, inclusive os relacionados às ilhotas no Mar da China Oriental reivindicadas por ambas potências, enquanto Tóquio assegurou que responderá "com calma" às tensões com Pequim.
Kerry se reuniu hoje no Departamento de Estado com o ministro das Relações Exteriores japonês, Fumio Kishida, e lhe reafirmou seu compromisso com o Tratado de Segurança assinado em 1960 por ambos países, pelo qual os Estados Unidos se comprometeram a defender ao Japão em caso de ataque.
"Nesta manhã destaquei que os Estados Unidos seguem estando tão comprometidos como sempre a cumprir nossas obrigações com base no tratado com nossos aliados japoneses. Isso inclui o relacionado ao Mar da China Oriental", afirmou Kerry após a reunião.
"Os Estados Unidos não reconhecem nem aceitam a ADIZ declarada pela China no Mar da China Oriental, e não têm nenhuma intenção de mudar suas operações na região", acrescentou.
O conflito no Mar da China Oriental subiu de tom depois que em 2012 o governo japonês comprou três das ilhotas Senkaku (Diaoyu em chinês) de seu dono japonês, ao que a China respondeu com a criação em novembro do ano passado de uma Zona de Defesa de Identificação Aérea (ADIZ) que inclui o disputado arquipélago.
Por sua parte, Kishida disse que hoje definiu com Kerry que o Japão deve "responder de forma calma e decidida" à "tentativa da China de mudar o status quo através da coerção e a intimidação nas ilhas Senkaku e no mar da China Meridional", onde Japão, China e outros países asiáticos também têm uma disputa territorial.
"Particularmente em relação ao anúncio da ADIZ, não poderemos aceitá-lo, e não podemos nunca perdoar ações que ameacem a segurança de nossa aviação civil", ressaltou.
No plano de defesa, Kerry e Kishida conversaram sobre "como modernizar a aliança de segurança e traçar um roteiro para as próximas décadas", algo que servirá para enfrentar desafios regionais, responder às "ameaças da Coreia do Norte" e enfrentar desastres naturais, explicou o americano.
Falaram também da possibilidade de "mudar a localização" da base militar americana de Futenma (Okinawa), situada em uma área urbana e rodeada de casas e edifícios públicos, segundo Kishida, que confirmou que haverá uma primeira rodada de negociações sobre esse e outros assuntos na próxima terça-feira.
Por último, concordaram que a conclusão das negociações para criar o Acordo de Associação Transpacífico (TPP, em inglês) é "uma das coisas mais importantes que ambos países podem fazer por seu futuro econômico", nas palavras de Kerry.