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EUA podem enviar imigrantes brasileiros ao México após aumento de prisões

Quase 18 mil imigrantes brasileiros foram presos na fronteira com o México desde outubro de 2018

EUA: autoridades americanas analisam adotar novas medidas após aumento de imigrantes brasileiros no país (General/DHS/Handout/Reuters)

EUA: autoridades americanas analisam adotar novas medidas após aumento de imigrantes brasileiros no país (General/DHS/Handout/Reuters)

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Reuters

Publicado em 17 de janeiro de 2020 às 10h13.

Washington — O Departamento de Segurança Interna dos Estados Unidos (DHS) cogita enviar imigrantes brasileiros que cruzam a fronteira do México de volta ao território mexicano enquanto aguardam audiência em tribunais norte-americanos, de acordo com uma autoridades EUA e uma autoridade mexicana a par das conversas.

As deliberações são uma reação ao aumento do número de brasileiros chegando à divisa entre EUA e México para pedir asilo a Washington, disseram as autoridades. O governo do presidente Donald Trump também estuda a possibilidade de enviar brasileiros postulantes a asilo a outras nações, segundo o funcionário norte-americano.

Trump, que busca a reeleição em novembro, fez da imigração um dos argumentos centrais de seu discurso ao eleitores. Durante seu governo, ele criticou os postulantes a asilo e argumentou que a maior parte dos imigrantes que chegam à fronteira carecem de uma justificativa válida para pedir proteção.

Se o plano avançar, os brasileiros podem ser enviados ao México em obediência a um programa conhecido como Protocolos de Proteção dos Migrantes. Mais de 57 mil imigrantes não mexicanos foram enviados de volta ao México graças a essa iniciativa desde que ela foi lançada um ano atrás, segundo o DHS.

Antes o programa contemplava imigrantes falantes de espanhol, mas a adição dos brasileiros ampliará ainda mais seu alcance.

A porta-voz do DHS, Heather Swift, não confirmou nem negou a possibilidade de brasileiros serem encaminhados ao México, mas disse que o departamento "sempre está buscando maneiras de ampliar e fortalecer o programa para incluir novas localidades, populações e procedimentos".

Autoridades do México e do Brasil não responderam de imediato a pedidos de comentário.

A possibilidade de incluir o Brasil no programa emergiu porque a quantidade de brasileiros presos na divisa entre EUA e México --uma métrica usada para medir as travessias ilegais-- disparou durante o ano passado.

A Patrulha de Fronteira flagrou cerca de 17.900 brasileiros na divisa sul no último ano fiscal, que começou em 1º de outubro de 2018 -- um aumento considerável em relação às 1.500 prisões feitas um ano antes.

Os brasileiros representam uma parcela pequena das mais de 850 mil pessoas presas na fronteira em 2019, mas a disparada dos números continuou nos últimos meses, apesar de as prisões terem diminuído, segundo estatísticas da Agência Alfandegária e de Proteção de Fronteiras.

Outra maneira de se lidar com os brasileiros recém-chegados poderia ser um acordo de asilo mediado pelo governo Trump com Honduras no ano passado.

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