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EUA pedem à Europa mais medidas para estimular crescimento

Berlim - O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou nesta quinta-feira em Berlim que a Europa, especialmente a Alemanha, deve fazer mais para estimular o crescimento mundial. Ao ser consultado sobre se as políticas de redução dos déficits lançadas na Europa poderão afetar a reativação econômica, Geithner respondeu que Estados Unidos não podem ser […]

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Da Redação

Publicado em 27 de maio de 2010 às 16h46.

Berlim - O secretário do Tesouro americano, Timothy Geithner, afirmou nesta quinta-feira em Berlim que a Europa, especialmente a Alemanha, deve fazer mais para estimular o crescimento mundial.

Ao ser consultado sobre se as políticas de redução dos déficits lançadas na Europa poderão afetar a reativação econômica, Geithner respondeu que Estados Unidos não podem ser a única locomotiva mundial no futuro, e pediu um "crescimento mundial mais equilibrado".

Geithner reuniu-se nesta quinta-feira em Berlim com seu colega alemão Wolfgang Shäuble, cujo país, primeira potência econômica da Europa, foi acusado de não estimular suficientemente o consumo.

"Todos concordamos que uma parte da reativação mundial envolve comprometer-se em objetivos claros de redução dos déficits", disse Geithner em uma coletiva de imprensa realizada com Schäuble.

"É essencial", completou o responsável americano, endossando que "a amplitude dos ajustes vai variar", porque o ponto de partida não é o mesmo em cada país, levando em conta dados como nível de crescimento e tamanho do déficit".

Mas Geithner também disse que "os consumidores americanos já não serão a fonte de demanda mundial no futuro" e declarou que a China, consciente desse fato, está fazendo vastas reformas para "garantir que seu crescimento seja mais estimulado no nível interno".


Países europeus em dificuldades como Grécia, Portugal e Espanha lançaram severos planos de austeridade, em um movimento de ajuste que também chegou a outras economias do Velho Continente, como França, Itália, Inglaterra e Alemanha.

Apesar de a dívida alemã estar longe do nível alcançado por certos países europeus, e de a economia alemã exibir uma boa saúde graças às exportações, Berlim quer realizar muitos cortes.

Certos países, como Estados Unidos, deploram esta ortodoxia orçamentária. "Mais austeridade na Alemanha poderá afetar a incipiente reativação na Europa e a prosperidade da própria Alemanha", afirmou na quarta-feira um editorial do jornal New York Times.

O comissário europeu de Orçamento, Janusz Lewandowski, também em Berlim nesta quinta-feira, afirmou, por sua vez, que a Alemanha é uma ilha de estabilidade e não precisa de apertos fiscais.

Geithner evitou criticar expressamente a Alemanha. No entanto, insistiu que era necessário "um crescimento mundial mais equilibrado e duradouro no futuro" e que os líderes do G20 que se reunirão em junho estavam "de acordo" sobre essa questão.

Schäuble, por sua vez, defendeu a redução dos déficits e afirmou que um país com envelhecimento demográfico como a Alemanha "tem margem de manobra mais estreita" que uma nação cuja população cresce.


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