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EUA negocia na ONU 'cessar-fogo temporário' para Gaza

É a primeira vez que os EUA vão propor uma suspensão nos combates envolvendo Israel e Hamas

Washington quer que Israel interrompa os ataques e que a ajuda humanitária seja liberada totalmente (Adel ZAANOUN con Jonah MANDEL en Jerusalén/AFP)

Washington quer que Israel interrompa os ataques e que a ajuda humanitária seja liberada totalmente (Adel ZAANOUN con Jonah MANDEL en Jerusalén/AFP)

Luiz Anversa
Luiz Anversa

Repórter colaborador

Publicado em 20 de fevereiro de 2024 às 06h46.

Os EUA estão negociando uma resolução no Conselho de Segurança da ONU que proponha um "cessar-fogo temporário assim que possível" e vão alertar Israel contra uma invasão no sul de Gaza, para onde muitas pessoas fugiram, segundo rascunho obtido pelo New York Times.

Até o momento, os EUA vinham rejeitando publicamente e de forma consistente qualquer iniciativa a respeito de um cessar-fogo para a guerra em Gaza, ficando sozinhos com Israel nessa posição. Nesta semana, Washington falou que vetaria uma resolução apresentada pela Argélia propondo uma suspensão imediata dos combates.

Já o último rascunho obtido pelo NYT aponta para o uso do termo "cessar-fogo" pelos EUA, indicando um posicionamento de Joe Biden, que vem criticando as últimas ações de Israel e seus planos de ofensiva contra a cidade de Rafah.

Segundo Israel, Rafah é um dos redutos restantes do Hamas. O projeto de resolução da Casa Branca diz que uma invasão em Rafah “teria sérias implicações para a paz e segurança regionais” e que não deveria ocorrer “nas atuais circunstâncias”. Mais de metade da população civil de Gaza foi forçada a mudar-se para a cidade por causa da guerra e a maioria está amontoada em abrigos temporários e tendas. O rascunho do plano dos EUA aponta que "uma grande ofensiva terrestre em Rafah não só prejudicaria os civis, mas também poderia deslocá-los para países vizinhos". O Egito, que faz fronteira com Rafah, já recusou palestinos em seu território.

Ainda de acordo com o NYT, no documento sobre a guerra em Gaza, os EUA apoiam um cessar-fogo temporário "com condições", incluindo negociações para libertar todos os reféns e levantar as barreiras contra a distribuição de ajuda humanitária em Gaza.

Os EUA são o único membro do Conselho de Segurança da ONU que votou contra duas vezes contra resoluções que pediam um cessar-fogo. As resoluções são juridicamente vinculativas para os membros das Nações Unidas, embora os países por vezes as ignorem, o que pode levar a sanções.

Israel afirmou que as suas forças continuam se preparando para uma invasão terrestre em Rafah, apesar da crescente pressão internacional.

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