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EUA irão até "confins da Terra" por autores de explosões

"Será uma investigação mundial", afirmou Rick DesLauriers, diretor do escritório do FBI em Boston


	"Este foi um ato hediondo e covarde", disse Obama na Casa Branca. "Toda vez que bombas são usadas para atingir civis inocentes, este é um ato de terror", acrescentou
 (REUTERS/Larry Downing)

"Este foi um ato hediondo e covarde", disse Obama na Casa Branca. "Toda vez que bombas são usadas para atingir civis inocentes, este é um ato de terror", acrescentou (REUTERS/Larry Downing)

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Da Redação

Publicado em 16 de abril de 2013 às 18h08.

Os investigadores americanos garantiram nesta terça-feira que irão "até os confins da Terra" em busca dos responsáveis pelas explosões mortais na Maratona de Boston, que o presidente Barack Obama chamou de "ato de terror".

A rua Boylston, em Boston, local da linha de chegada da maratona e do massacre de segunda-feira, continuava isolada enquanto os investigadores procuravam pistas do pior ataque contra os Estados Unidos desde 11 de setembro de 2001.

Três pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas nas explosões. A polícia fez buscas no apartamento de um possível suspeito e um homem saudita permanecia sob custódia no hospital, mas até mesmo Obama admitiu que não há respostas claras para uma cidade de luto.

"Este foi um ato hediondo e covarde", disse Obama na Casa Branca. "Toda vez que bombas são usadas para atingir civis inocentes, este é um ato de terror", acrescentou.

"O que não sabemos ainda, contudo, é quem realizou este ataque ou por quê, se foi planejado e executado por uma organização terrorista, estrangeira ou nacional, ou se foi o ato de um indivíduo maléfico", prosseguiu.

Nenhum suspeito ainda foi colocado sob custódia, embora várias pessoas estejam sendo interrogadas na região de Boston, mas espera-se que a caçada se estenda para outros países, informaram a polícia e oficiais do FBI, polícia federal americana.

"Será uma investigação mundial", afirmou Rick DesLauriers, diretor do escritório do FBI em Boston.

"Nós vamos até os confins da Terra para identificar o indivíduo ou os indivíduos responsáveis por este crime desprezível", acrescentou. "Estamos usando toda a capacidade do FBI até sua máxima extensão internacional", emendou.

As duas bombas, detonadas com intervalo de 13 segundos e a 100 metros de distância uma da outra, mataram três pessoas e feriram 176, sendo que 17 delas se encontram em estado crítico, disse aos jornalistas o comissário da polícia de Boston Ed Davis.


Os mortos e feridos incluem pessoas com idades entre 2 e 71 anos, sendo 9 crianças.

Entre os mortos está um menino de oito anos, Martin Richard, que aguardava seu pai cruzar a linha de chegada. Sua mãe sofreu graves lesões no cérebro e sua irmã perdeu uma perna.

As bombas fizeram estilhaços de metal voar na direção da multidão de milhares de pessoas que lotavam a rua Boylston, arrancando os membros inferiores de muitas vítimas, segundo os médicos.

Aos prantos, Liz Norden contou ao jornal Boston Globe que dois de seus filhos, ambos na casa dos 30 anos, perderam as pernas na explosão.

A maioria dos 23 mil corredores da prova de 42 km já tinha cruzado a linha de chegada quando a primeira bomba explodiu atrás de uma fileira de bandeiras de vários países, provocando uma forte onda de choque.

O corredor Bill Igriff, de 78 anos, foi jogado no chão e muitos espectadores ensaguentados foram lançados na rua pelo impacto, sobre as barreiras. Igriff conseguiu se levantar e concluir a prova com apenas alguns arranhões.

"Nós vimos pessoas com as pernas destroçadas", contou à AFP Mark Hagopian, proprietário do Hotel Charlesmark, próximo ao local. "Uma pessoa perto de mim teve as pernas destroçadas na altura do joelho; ele ainda estava vivo".

Boston reviveu o terror nos muitos vídeos feitos com câmeras de celular que os investigadores também analisaram durante a caçada. A polícia apelou ao público pedindo que enviasse fotos ou vídeos.

Enquanto vigílias e outras cerimônias memoriais estavam previstas, homens armados da Guarda Nacional e da polícia patrulhavam a rede de trens e ônibus de Boston, enquanto autoridades alertavam que o rígido esquema de segurança vigoraria por vários dias.


Nova York, Los Angeles, São Francisco e outras grandes cidades americanas também enviaram policiais extra para as ruas.

"Não houve alertas de inteligência de que tenhamos conhecimento", disse o representante Peter King, membro do Comitê de Inteligência da Câmara de Representantes.

"A guerra ao terrorismo está longe do fim, sejam jihadistas islâmicos ou extremistas de extrema direita", afirmou.

Investigadores federais e bombeiros fizeram buscas em um apartamento no subúrbio de Revere, em Boston, e levaram bolsas depois que um homem descrito como possível suspeito foi parado.

Um homem saudita de 20 anos, que sofreu um ferimento em uma perna, estava sob custódia armada no hospital. Mas, segundo a imprensa, o homem estava cooperando e os investigadores disseram que nenhum suspeito está detido.

"Estamos interrogando uma série de testemunhas em uma série de locais", disse DesLauriers, recusando-se a dar detalhes que possam "comprometer" a investigação.

O presidente russo, Vladimir Putin, liderou o coro de condenações mundiais, descrevendo a dupla explosão como "bárbara". A chanceler alemã Angela Merkel disse que "nada justifica um ataque tão maldoso contra pessoas que participavam de um evento esportivo pacífico".

O Irã também condenou com veemência as explosões, que trouxeram à lembrança as mortes de quase 3.000 pessoas nos atentados de 11 de setembro de 2001 nos Estados Unidos.

A bandeira nacional que tremula sobre a Casa Branca e em outros prédios oficiais americanos foram hasteadas a meio mastro e a bolsa de Nova York manteve um minuto de silêncio antes do início das transações.

Os organizadores da Maratona de Londres, no próximo domingo, disseram que a corrida será celebrada apesar do ataque em Boston, mas o esquema de segurança está sendo revisto.

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