EUA instam Egito a manter tratados internacionais e saúda progressos
Governo norte-americano ressaltou o papel dos egípcios no processo de paz do Oriente Médio
Da Redação
Publicado em 8 de fevereiro de 2011 às 08h19.
Washington - Os Estados Unidos instaram nesta segunda-feira qualquer novo governo do Egito a respeitar os tratados e compromissos atuais, enquanto saudaram os "progressos" conquistados no início das negociações entre o regime de Hosni Mubarak e a oposição.
O governo americano ressaltou o papel do Egito no processo de paz no Oriente Médio, após assinar um tratado de paz com Israel em 1979. Mas o histórico acordo é fortemente criticado pela Irmandade Muçulmana, o influente movimento islâmico opositor que participa das negociações com o governo egípcio.
Os Estados Unidos "serão os sócios de um governo" egípcio que "respeite os tratados e compromissos" atuais, declarou o porta-voz da Casa Branca, Robert Gibbs, em alusão a estes acordos de paz.
O vice-presidente egípcio, Omar Suleimán, nomeado para este cargo nos primeiros dias da crise, recebeu neste domingo representantes de diversos grupos opositores, incluindo a Irmandade Muçulmana, embora esses contatos não tenham conseguido resolver a situação.
A oposição repete que Mubarak deve renunciar ou delegar imediatamente seus poderes a Suleimán.
Enquanto isso, o presidente americano Barack Obama estimou que o processo político no Egito está progredindo, em meio à agitação social.
"Obviamente, o Egito tem que negociar um caminho e estão fazendo progressos", disse Obama.
Os Estados Unidos não estiveram em contato com a Irmandade Muçulmana desde o início das manifestações, há duas semanas. Além disso, os EUA têm muitas diferenças com este movimento islâmico, que há tempos é considerado ilegal pelas autoridades egípcias.
"Temos muitas discordâncias com a retórica de alguns dos líderes desta organização (...) a retórica antiamericana", disse Gibbs.
Mubarak, com mais de 30 anos no poder, prometeu na última semana que não se apresentará como candidato a um novo mandato nas eleições de setembro, mas negou-se a deixar o cargo imediatamente, alegando que o país poderia mergulhar no "caos".
O governante egípcio tentou ganhar tempo nesta segunda-feira frente aos manifestantes, que pedem há duas semanas que abandone o poder, ao anunciar um aumento de 15% dos salários dos funcionários e das aposentadorias.