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EUA faz exercício militar em Taiwan após China testar míssil

O anúncio foi condenado pela China, que acusou os americano de terem "prejudicado seriamente a paz e a estabilidade na região"

Bombardeiros chineses H-6 entraram na sexta-feira na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan. (Foto/AFP)

Bombardeiros chineses H-6 entraram na sexta-feira na zona de identificação de defesa aérea de Taiwan. (Foto/AFP)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 18 de outubro de 2021 às 12h39.

Última atualização em 18 de outubro de 2021 às 13h14.

Os Estados Unidos fizeram exercícios militares no estreito de Taiwan no final da semana passada em conjunto com o Canadá, em meio ao aumento das tensões no Pacífico, segundo autoridades americanas. O anúncio foi fortemente condenado pela China, que acusou os americanos e canadenses de terem "prejudicado seriamente a paz e a estabilidade na região".

Os comentários de Pequim vieram um dia após o jornal britânico Financial Times revelar que os chineses testaram em agosto um míssil hipersônico com capacidade nuclear que circundou a Terra antes de acelerar em direção ao seu alvo, e que isso teria surpreendido a inteligência militar americana, segundo cinco fontes não identificadas pelo jornal.

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O Financial Times afirma que "cinco pessoas com conhecimento do teste disseram que os militares chineses lançaram um foguete que carregou um veículo planador hipersônico que voou em órbita baixa antes de seguir em direção a seu alvo."

O míssil teria errado a meta em cerca de 38 quilômetros, mas ainda assim o experimento demonstrou que a China fez "um progresso surpreendente em armas hipersônicas e está muito mais avançada do que os americanos sabiam." O teste também levantou novas questões sobre por que os EUA frequentemente subestimam a modernização militar da China. "Não temos ideia de como eles fizeram isso", disse uma quarta fonte do jornal.

Estados Unidos, Rússia e China estão desenvolvendo armas hipersônicas, incluindo veículos planadores lançados ao espaço em um foguete, mas que orbitam a Terra com seu próprio impulso. Eles voam a cinco vezes a velocidade do som, menos que um míssil balístico, mas não seguem a trajetória parabólica fixa desses projéteis e são manobráveis, o que os torna mais difíceis de rastrear.

Exercícios militares

O contratorpedeiro de mísseis guiados Arleigh Burke USS Dewey trafegou pela estreita via navegável que separa Taiwan da China juntamente com a fragata canadense HMCS Winnipeg na quinta e sexta-feira, disseram os militares dos EUA. "O trânsito de Dewey e Winnipeg pelo Estreito de Taiwan demonstra o compromisso dos Estados Unidos e de nossos aliados e parceiros com um Indo-Pacífico livre e aberto", afirmaram em documento.

Considerada por Pequim uma província rebelde, a democrática Taiwan está sob crescente pressão militar e política para ser reintegrado ao resto da China, mas os governantes de Taipé prometeram defender a liberdade da ilha.

Ao longo de um período de quatro dias desde 1º de outubro, Pequim chegou a enviar cerca de 150 aeronaves à Zona de Identificação de Defesa Aérea de Taiwan — apesar de ser considerada espaço aéreo internacional, o território considera que pode exigir que as aeronaves que por ali trafegam se identifiquem por motivos de segurança nacional.

"Os Estados Unidos e o Canadá se uniram para provocar e criar problemas, pondo seriamente em risco a paz e a estabilidade do Estreito de Taiwan", disse o Comando Conjunto Oriental do Exército de Libertação Popular da China, segundo o qual suas forças monitoraram os navios e "montaram guarda" durante sua passagem. "Taiwan faz parte do território chinês. As forças conjuntas sempre mantêm alerta máximo e se opõem resolutamente a todas as ameaças e provocações."

Os navios da Marinha americana têm transitado pelo estreito quase uma vez por mês, assim como os de aliados dos EUA, incluindo o Reino Unido no mês passado, para irritação de Pequim que acusou Washington de alimentar tensões regionais.

No mês passado, a Coreia do Norte disse que testou um míssil hipersônico recém-desenvolvido. Em um desfile de 2019, a China apresentou o avanço do armamento, incluindo seu míssil hipersônico, conhecido como DF-17.
(Com agências internacionais)

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