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EUA expulsam consulesa da Venezuela em Miami

Livia Acosta Noguera, foi declarada 'persona non grata' pelo Governo americano e deverá abandonar o país antes da próxima terça-feira

Livia protagonizou uma polêmica depois que duas mães venezuelanas denunciaram 'discriminação política' do consulado ao impedir que administrassem suas remessas familiares por terem asilo nos EUA (Wikimedia Commons)

Livia protagonizou uma polêmica depois que duas mães venezuelanas denunciaram 'discriminação política' do consulado ao impedir que administrassem suas remessas familiares por terem asilo nos EUA (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 8 de janeiro de 2012 às 21h57.

Washington - A consulesa da Venezuela em Miami, Livia Acosta Noguera, foi declarada 'persona non grata' pelo Governo americano e deverá abandonar o país antes da próxima terça-feira, informou neste domingo à Agência Efe um porta-voz do Departamento de Estado.

A embaixada da Venezuela em Washington recebeu a notificação oficial na sexta-feira e a consulesa 'deve sair dos Estados Unidos antes do dia 10 de janeiro', disse o porta-voz para a América Latina do Departamento de Estado, William Ostick, que destacou que não pode dar detalhes específicos sobre os motivos da decisão.

'O Departamento de Estado informou à embaixada da República Bolivariana da Venezuela no dia 6 de janeiro que, de acordo com o artigo 23 da Convenção de Relações Consulares de Viena, Livia Acosta Noguera, consulesa geral venezuelana em Miami, foi declarada 'persona non grata'', afirmou Ostick.

Este artigo da Convenção de Viena estipula as condições pelas quais o Estado receptor de pessoal consular pode comunicar 'o tempo todo ao Estado que envia que um funcionário consular é 'persona non grata', ou que qualquer outro membro do pessoal já não é aceitável'.

O ponto quatro deste artigo indica, além disso, que o Estado receptor 'não estará obrigado a expor ao Estado que envia (o funcionário) os motivos de sua decisão'.

No último mês de dezembro, a rede de televisão 'Univisión' transmitiu o documentário 'A ameaça iraniana' sobre um suposto plano em 2006 para atacar os sistemas de várias usinas nucleares nos EUA, além da Casa Branca, do FBI (polícia federal americana) e da CIA (agência de inteligência americana).

Alguns dos entrevistados disseram que as embaixadas de Irã, Cuba e Venezuela também teriam participado.

Após a transmissão do documentário, o presidente da organização de Venezuelanos Perseguidos Políticos no Exílio (Veppex), José Antonio Colina, se pronunciou a favor de investigar a consulesa, que ocupava o cargo desde março de 2001.

Veppex enviou uma carta no último dia 12 de dezembro à secretária de Estado dos EUA, Hillary Clinton, pedindo que retirasse o consentimento a Livia e outro funcionário do consulado, Egard José Alexander Belandria, por supostamente pertencer ao Serviço Bolivariano de Inteligência Nacional (Sebin).

'Não se pode utilizar a imunidade diplomática para conspirar em território estrangeiro contra a segurança do país', disse Colina em entrevista à Efe na ocasião, quando considerou que havia um antecedente 'importante' porque 'no passado ela violou as leis federais ao pedir fotocópia dos documentos migratórios dos venezuelanos'.

Os legisladores republicanos da Flórida, Ileana Ros-Lehtinen, Mario Díaz Balart e David Rivera, e o democrata de Nova Jersey, Albio Sires, também solicitaram a Hillary que averiguasse as acusações contra a diplomata venezuelana e, caso fossem comprovadas, pedisse sua saída imediata do país.

'Caso forem comprovadas, estas ações demonstram a disposição de Livia em minar os interesses dos EUA, e a ameaça potencial à nossa segurança nacional que representam suas atividades', disseram em carta remetida a Hillary.

A consulesa protagonizou em julho passado uma polêmica depois que duas mães venezuelanas, uma delas com filhas doentes, denunciaram 'discriminação política' do consulado ao impedir que administrassem suas remessas familiares por terem asilo nos EUA. EFE

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