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EUA e UE aplicam novas sanções à Rússia apesar de trégua

Embargos agravam as medidas financeiras contra Moscou por conta de sua intervenção na Ucrânia

Separatista pro-Rússia olha por um binóculo na periferia de Donetsk, no leste da Ucrânia (Maxim Shemetov/Reuters)

Separatista pro-Rússia olha por um binóculo na periferia de Donetsk, no leste da Ucrânia (Maxim Shemetov/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 12 de setembro de 2014 às 18h53.

Kiev/Dushanbe - Os Estados Unidos e a União Europeia impuseram novas sanções à Rússia nesta sexta-feira, agravando medidas financeiras contra Moscou por conta de sua intervenção na Ucrânia apesar do cessar-fogo de uma semana que levou calma para o leste, palco do conflito.

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou as sanções como “um pouco estranhas”, dado o acordo de paz firmado na semana passada entre Kiev e os rebeldes pró-Rússia.

As novas sanções da UE irão limitar o acesso das petrolíferas russas a linhas de financiamento.

As sanções dos EUA atingiram o maior banco e uma fabricante de armas da Rússia, e impedem empresas norte-americanas de ajudar cinco grandes petrolíferas russas a explorar depósitos de difícil prospecção.

EUA e UE vêm aprofundando as punições econômicas contra a Rússia desde que o país anexou a península ucraniana da Crimeia em março.

Eles acusam Moscou de fomentar a rebelião dos separatistas no leste da Ucrânia, área que Putin nomeou de "Nova Rússia", e dizem que Putin ampliou o conflito no mês passado enviando milhares de soldados através da fronteira. A Rússia nega as duas acusações.

O cessar-fogo tem sido mantido em sua maior parte desde a assinatura do acordo de paz uma semana atrás, e o fronte de batalha se manteve inativo nos últimos dias, embora o presidente ucraniano, Petro Poroshenko, tenha afirmado nesta sexta-feira que a trégua ainda é “muito frágil”.

Autoridades dos EUA declararam que as sanções mais recentes podem ser suspensas se Moscou retirar todas as tropas da Ucrânia, libertar os prisioneiros e criar uma zona neutra dos dois lados da divisa para evitar os bombardeios através da fronteira.

“O que almejamos em termos de ação russa é a remoção completa de todo o pessoal e equipamento militar e do apoio aos militares e mercenários no território ucraniano e a libertação de todos os reféns”, afirmou um funcionário norte-americano de alto escalão aos repórteres em uma teleconferência para explicar as sanções.

A União Europeia declarou que pode suspender algumas ou até todas as sanções se Moscou respeitar a trégua acertada na semana passada e outras partes do novo plano de paz.

Moscou reagiu a sanções anteriores proibindo a importação da maioria dos gêneros alimentícios do Ocidente, ameaçou fechar seu espaço aéreo a companhias aéreas ocidentais e disse que pode adotar novas medidas, podendo até apelar para a Organização Mundial do Comércio (OMC).

O governo russo também informou que pode usar fundos estatais para apoiar as empresas atingidas pelas punições ocidentais.

“No tocante a medidas retaliatórias, o governo está pensando nelas, mas só aquelas que irão criar melhores condições para nós serão aplicadas”, afirmou Putin depois de uma reunião do bloco de segurança Organização de Cooperação de Xangai.

Em um aparente gesto para atenuar as tensões, a UE declarou nesta sexta-feira que concordou com Kiev e Moscou sobre o adiamento da implementação completa do acordo de livre-comércio com a Ucrânia – estopim da crise com a Rússia – até o final do ano que vem para dar mais tempo para as negociações.

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