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EUA e Rússia diminuem tom agressivo em coletiva

Rex Tillerson e Sergey Lavrov enfatizaram a importância de reconstruir a comunicação e a confiança entre as duas nações

Rex Tillerson e Sergei Lavrov: nem EUA nem Rússia abriram mãos de suas posições em relação ao ataque químico na Síria e ao regime de Bashar Al-Assad (Sergei Karpukhin/Reuters)

Rex Tillerson e Sergei Lavrov: nem EUA nem Rússia abriram mãos de suas posições em relação ao ataque químico na Síria e ao regime de Bashar Al-Assad (Sergei Karpukhin/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 12 de abril de 2017 às 17h31.

Última atualização em 12 de abril de 2017 às 17h32.

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Rex Tillerson, e o ministro de Relações Exteriores da Rússia, Sergey Lavrov afirmaram que as relações entre os dois países caíram a um nível muito baixo, sendo necessário esforços para melhorar as condições atuais, que apresentam riscos para o mundo.

Em coletiva de imprensa em Moscou, após se reunir com Lavrov e também com o presidente russo, Vladimir Putin, por mais de duas horas, Tillerson afirmou que "as duas maiores potências nucleares do mundo não podem ter esse tipo de relacionamento".

Os dois lados baixaram o tom agressivo da retórica dos últimos dias, enfatizando a importância de reconstruir a comunicação e a confiança entre as duas nações.

Entretanto, nem EUA nem Rússia abriram mãos de suas posições em relação ao ataque químico na Síria e ao regime de Bashar Al-Assad, apenas concordando que é necessário combater o Estado Islâmico e que a Síria precisa de uma solução política.

Lavrov declarou que a Rússia quer uma investigação "ampla, honesta e imparcial" sobre o ataque químico na Síria. A posição do país é de que a ação foi realizada pelos rebeldes sírios e não pelo governo de Assad, que apoia. Segundo Lavrov, os EUA estão dispostos a apoiar a investigação.

"Não estamos convencidos da culpa da Síria no ataque químico", disse.

Já Tillerson começou sua fala afirmando que teve uma "conversa produtiva" com Putin, mas que os países diferem em uma "gama de questões".

O secretário divulgou que o objetivo dos países agora é criar um grupo de trabalho para pensar novas propostas para uma solução das tensões na Síria.

Ao mesmo tempo, ele reiterou a posição do governo dos EUA de que o regime sírio planejou e executou o ataque químico com gás sarin, que matou ao menos 85 pessoas.

Questionado sobre o papel da Rússia na ação, Tillerson afirmou que não há indicações de que o país teve envolvimento no ataque químico - apesar de ontem um documento da Inteligência norte-americana ter mostrado que é possível que a Rússia soubesse da ação previamente.

Tillerson também deixou claro que os EUA querem o fim do governo de Assad.

"Nossa visão é de que o reinado de Assad está chegando ao fim e ele deve deixar o governo de forma ordenada. Não vejo papel para Assad no futuro da Síria", disse. Segundo o secretário de Trump, o papel da Rússia, que apoia Assad, deveria ser de persuadir Assad a deixar o governo.

Lavrov respondeu as afirmações de Tillerson e mostrou a posição contrária da Rússia sobre o fim do regime de Assad. "O futuro da Síria deve ser determinado pelo povo sírio.

É possível acabar com o Estado Islâmico sem acabar com o regime de Assad", afirmou.

O ministro russo relembrou as intervenções norte-americanas em outros países, como Líbia e Iraque, como exemplos em que os EUA "violaram leis internacionais" e falharam em "retirar de forma ordenada ditos ditadores".

"Sabemos como terminam as intervenções dos EUA em outros países", declarou.

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