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EUA e aliados atacam pela 1ª vez posições do EI na Síria

Os Estados Unidos e seus aliados árabes realizaram bombardeios aéreos contra posições do grupo Estado Islâmico na Síria

F/A-18C Hornet, uma das aeronaves usadas nos ataques na Síria, em porta-aviões (Mohammed al-Shaikh/AFP)

F/A-18C Hornet, uma das aeronaves usadas nos ataques na Síria, em porta-aviões (Mohammed al-Shaikh/AFP)

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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 10h36.

Damasco - Os Estados Unidos e seus aliados árabes realizaram bombardeios aéreos contra posições do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, o que abre uma nova frente de combate contra a organização jihadista.

Também atacaram posições da Frente Al-Nosra, o braço sírio da Al-Qaeda, ao oeste da província de Aleppo, e mataram pelo menos 30 combatentes e oito civis, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).

De acordo com a ONG, 30 combatentes da Al-Qaeda, a maioria estrangeiros, e oito civis, incluindo uma mulher e três crianças, morreram nos bombardeios ao oeste de Aleppo.

Esta é a primeira intervenção de Washington e seus aliados desde março de 2011 na Síria, onde o grupo Estado Islâmico, combatido pelo governo e uma parte dos rebeldes, ocupa territórios perto da fronteira com o Iraque e a Turquia.

O governo do presidente sírio Bashar al-Assad afirmou que foi comunicado na segunda-feira pelos Estados Unidos sobre a intenção de atacar os jihadistas em seu território.

Washington considera ilegítimo o governo sírio e apoia as forças moderadas da rebelião.

"Posso confirmar que forças dos Estados Unidos e das nações aliadas realizaram ações contra os terroristas do EI na Síria. Realizaram bombardeios e utilizaram mísseis Tomahawk", disse o porta-voz do Pentágono, o contra-almirante John Kirby.

Kirby não mencionou as outras nações, mas o canal de televisão ABC citou quatro países árabes do Golfo - Bahrein, Catar, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos - e a Jordânia, que confirmou sua participação.

Uma fonte do departamento de Defesa confirmou à AFP que aliados árabes participaram das operações de bombardeio na Síria.

Os bombardeios mataram pelo menos 30 jihadistas, segundo o OSDH, que mencionou 40 ataques.

Os bombardeios tiveram como alvos principalmente as posições do EI na província de Raqa (norte da Síria), reduto do grupo jihadista, e objetivos ao leste, na fronteira com o Iraque.

A oposição manifestou apoio aos bombardeios.

"Esta noite, a comunidade internacional se uniu à nossa luta contra o Estado Islâmico no Iraque e Levante na Síria", afirmou o presidente da Coalizão Nacional Síria (CNS), Hadi al Bahra, que usou o nome anterior do grupo.

Os bombardeios aconteceram no momento em que o EI está em uma ofensiva para tentar controlar a cidade estratégica de Ain al-Arab (Kobaneh, em kurdo), na região curda da Síria.

Nos últimos dias, o Estado Islâmico assumiu o controle de 60 localidades da região de Kobaneh, o que provocou a fuga de mais de 130.000 curdos sírios para a Turquia.

Na outra frente do conflito sírio, o exército israelense anunciou que derrubou nesta terça-feira um avião sírio, ao que parece um MIG-21, que havia se aproximado da linha de demarcação nas colinas de Golã.

Os destroços do aeronave caíram na parte síria de Golã.

O ministro da Defesa de Israel, Moshe Yaalon, afirmou que o país pretende reagir com força contra qualquer ameaça.

O ataque às posições do EI na Síria representa uma nova fase da guerra dos Estados Unidos contra a organização, que teve início em 8 de agosto, data dos primeiros bombardeios no Iraque.

A decisão de atacar em território sírio foi tomada pelo diretor do Comando Central dos Estados Unidos, general Lloyd Austin, após uma autorização condedida pelo comandante-em-chefe, o presidente Barack Obama, destacou Kirby.

Na segunda-feira, o EI divulgou um apelo aos muçulmanos no qual pedia a morte de cidadãos dos países que integram a coalizão internacional contra a jihad, em particular Estados Unidos e França.

Um grupo jihadista argelino vinculado ao EI reivindicou o sequestro de um francês na Argélia e ameaçou matar refém, caso a França continue participando nos ataques no Iraque.

O primeiro-ministro francês Manuel Valls afirmou que o governo não terá nenhuma discussão ou negociação com os sequestradores.

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