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EUA dizem ser hora de agir contra Coreia do Norte

China e Rússia advertiram os Estados Unidos a não ameaçar usar a força militar

Coreia do Norte: "A chave para solucionar a questão nuclear na península não está nas mãos do lado chinês", disse o chanceler chinês ao Conselho de Segurança (Damir Sagolj/Reuters)

Coreia do Norte: "A chave para solucionar a questão nuclear na península não está nas mãos do lado chinês", disse o chanceler chinês ao Conselho de Segurança (Damir Sagolj/Reuters)

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Reuters

Publicado em 28 de abril de 2017 às 16h39.

O secretário de Estado norte-americano, Rex Tillerson, disse nesta sexta-feira que não conter o desenvolvimento nuclear e de mísseis da Coreia do Norte pode levar a 'consequências catastróficas', enquanto China e Rússia advertiram os Estados Unidos a não ameaçar usar a força militar.

Recentemente Washington cobriu Pequim de elogios por seus esforços para conter sua aliada Pyongyang, mas o ministro das Relações Exteriores chinês, Wang Yi, deixou claro ao Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) que não depende só de seu país resolver o problema norte-coreano.

"A chave para solucionar a questão nuclear na península não está nas mãos do lado chinês", disse Wang ao organismo de 15 membros em comentários que contradisseram a crença da Casa Branca de que a China exerce uma influência significativa sobre o regime isolado.

A reunião ministerial do conselho, presidida por Tillerson, expôs antigas divisões entre os EUA e a China sobre a maneira de lidar com a Coreia do Norte. A China quer conversar primeiro e agir depois, enquanto os norte-americanos querem que Pyongyang freie seu programa nuclear antes do início de tais conversas.

"É necessário pôr de lado o debate sobre quem deveria dar o primeiro passo e parar de discutir sobre quem está certo e quem está errado", afirmou Wang ao conselho. "Agora é hora de cogitar seriamente retomar as conversas."

Tillerson respondeu: "Não iremos negociar nosso retorno à mesa de negociação com a Coreia do Norte, não iremos recompensar as violações de resoluções anteriores, não iremos recompensar seu mau comportamento com conversas".

A Coreia do Norte não participou da reunião.

Em sua primeira visita à ONU, o secretário dos EUA repreendeu o Conselho de Segurança por não implantar totalmente as sanções contra os norte-coreanos e disse que, se a entidade tivesse agido, as tensões resultantes de seu programa nuclear poderiam não ter se intensificado.

"Deixar de agir agora a respeito do tema de segurança mais premente do mundo pode trazer consequências catastróficas", afirmou.

Os EUA não estão pressionando por uma mudança de regime e preferem uma solução negociada, mas Pyongyang deveria desmantelar seus programas nuclear e de mísseis por iniciativa própria, disse.

"A ameaça de um ataque nuclear a Seul, ou Tóquio, é real, e é só uma questão de tempo para a Coreia do Norte desenvolver a capacidade de atacar o território continental dos EUA", argumentou o secretário.

Tillerson repetiu a posição do governo do presidente dos EUA, Donald Trump, de que todas as opções estão na mesa se Pyongyang persistir com seu desenvolvimento nuclear e de mísseis, mas Wang disse que ameaças militares não ajudam, e que o diálogo e as negociações são "a única saída".

Em entrevista à Reuters na quinta-feira, Trump disse que um "grande, grande conflito" com a Coreia do Norte é possível devido a seus programas nuclear e de mísseis.

O vice-chanceler da Rússia, Gennady Gatilov, alertou nesta sexta-feira que o uso da força seria "completamente inaceitável".

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