Bandeira dos Estados Unidos (Shannon Stapleton/Reuters)
AFP
Publicado em 13 de outubro de 2022 às 17h45.
Os Estados Unidos descartaram nesta quinta-feira (13) uma reativação em curto prazo do acordo nuclear com o Irã, em uma avaliação pessimista das negociações sobre o pacto de 2015, conhecido como JCPOA, paralisadas há algum tempo.
O histórico JCPOA ficou enfraquecido desde que os Estados Unidos se retiraram do pacto em 2018, no mandato do presidente Donald Trump, e o Irã deixou de cumprir alguns de seus compromissos.
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Negociações pontuais ocorrem desde 2021 para reativar o acordo, que condicionou o alívio às sanções ao Irã a restrições em seu programa nuclear.
"Não é que não queiramos ver o JCPOA reimplementado, claro que queremos. Só não estamos em uma posição em que... esse seja um resultado provável em um futuro próximo", disse o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby.
"O nosso foco é responsabilizar o regime (iraniano) pelo que estão fazendo com esses inocentes manifestantes políticos", disse ele.
Protestos e tumultos ocorreram em toda a República Islâmica desde que Mahsa Amini, de 22 anos, morreu em 16 de setembro depois de ser presa pela polícia moral de Teerã por supostamente violar o estrito código de vestuário para mulheres.
Em agosto, a União Europeia apresentou um rascunho final de um texto que altera o acordo nuclear, mas os principais pontos de discórdia permanecem entre Teerã, Washington e a ONU.
Kirby garantiu que o presidente Joe Biden está "comprometido em não permitir que o Irã obtenha armas nucleares".
Biden "ainda acredita que avançar diplomaticamente é a melhor maneira de fazer isso", disse ele. Mas ele observou que "neste ponto, os iranianos voltaram a fazer exigências irracionais, muitas não relacionadas ao acordo em si".
Já o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Irã, Nasser Kanani, disse no início deste mês que o acordo ainda pode ser reativado e que trabalhava para este fim.