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EUA defendem retirar observadores da ONU da Síria

O Conselho de Segurança da ONU deve decidir em breve o futuro da Missão de Observação das Nações Unidas na Síria


	Susan Rice: ''Não existe nenhuma cessação da violência ou cessar-fogo que tenham que comprovar''
 (©AFP / Stan Honda)

Susan Rice: ''Não existe nenhuma cessação da violência ou cessar-fogo que tenham que comprovar'' (©AFP / Stan Honda)

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Da Redação

Publicado em 9 de agosto de 2012 às 19h07.

Nações Unidas - Os Estados Unidos defendem a retirada dos observadores desarmados da ONU que ainda estão na Síria quando seu mandato expirar em 20 de agosto, devido à extrema violência que o país vive, afirmou nesta quinta-feira a embaixadora de Washington na ONU, Susan Rice.

''O uso extremado de violência e de armamento pesado por parte do governo (sírio) não permite neste momento aos observadores que estão desarmados completarem a missão de que estão encarregados'', disse Susan à imprensa na sede central da ONU.

O Conselho de Segurança da ONU deve decidir em breve o futuro da Missão de Observação das Nações Unidas na Síria (UNSMIS), depois que em julho seus membros chegaram a um acordo para ampliar seu mandato até dia 20.

''Não existe nenhuma cessação da violência ou cessar-fogo que tenham que comprovar. Estão encurralados há muitas, muitas semanas, por isso achamos que essa parcela de atividade da ONU não pode funcionar como o Conselho esperava quando se autorizou'', acrescentou a embaixadora americana.

Após o terceiro veto duplo efetuado por Rússia e China no Conselho de Segurança sobre a Síria, seus 15 membros chegaram a um acordo em 20 de julho que definiu ''uma prorrogação final'' do mandato das UNSMIS, se não acabassem os bombardeios das zonas urbanas e não caísse o nível de violência.

''Vendo as condições atuais no terreno, nos custa crer que no tempo que resta se darão as condições estabelecidas na resolução 2.059 para que a missão possa continuar'', explicou a diplomata americana sobre os requisitos estabelecidos em julho.


O principal órgão internacional de segurança tem consultas previstas sobre o assunto para o próximo 16 de agosto, quando deverá decidir o que fazer em vista também das recomendações do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, e do subsecretário-geral para Operações de Paz, Hervé Ladsous.

Rice se mostrou decidida a buscar ''alternativas'' à presença da ONU na Síria, onde afirmou que o organismo manterá ''uma equipe, com presença humanitária'', e inclusive se dispôs a analisar ''outras recomendações de natureza mais política'', embora não tenha detalhado quais.

A americana disse ainda que o Conselho espera conhecer em breve as propostas de Ban e da Liga Árabe sobre o substituto do (ainda) enviado especial, Kofi Annan.

No entanto, não falou dos candidatos mais cotados a substituí-lo, entre os quais estão os espanhóis Miguel Ángel Moratinos e Javier Solana, além de vários candidatos árabes.

''Vamos esperar que venham e exponham seus pensamentos sobre quem deve ser o melhor candidato'', argumentou Rice, que destacou que o posto de enviado especial ''não é um trabalho fácil'', mas que Annan o cumpriu de maneira ''admirável'' até não conseguir lidar com a ''compreensível frustração''.

O conflito sírio foi analisado hoje em Teerã por várias organizações e países, entre elas a ONU, a Rússia, a China e a Índia, além de alguns estados da Aliança Bolivariana para os Povos da América (Alba), em uma alternativa à iniciativa ocidental e árabe do Grupo de Amigos da Síria.

Ban Ki-moon enviou uma mensagem para essa reunião, na qual Annan não esteve presente, alegando que é ''crucial'' que o governo de Bashar al Assad dê ''o primeiro passo'' para deter a violência, já que sua ''intransigência e rejeição a cumprir com o plano de paz foi o maior obstáculo para iniciar um processo político pacífico e gerou a falta de confiança da oposição''. 

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