EUA defendem cooperação maior com a Rússia após ataque
Kerry chegou a Moscou depois de participar dos festejos pelo 14 de julho - festa nacional francesa - em Paris, e se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin
Da Redação
Publicado em 15 de julho de 2016 às 12h01.
O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu nesta sexta-feira uma maior cooperação entre os Estados Unidos e a Rússia para acabar com a "nódoa terrorista" na Síria, após o ataque que deixou mais de 80 mortos na cidade francesa de Nice.
Kerry chegou a Moscou depois de participar dos festejos pelo 14 de julho - festa nacional francesa - em Paris, e se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin até tarde da noite, enquanto, em Nice, transcorria o atentado que deixou ao menos 84 mortos.
Segundo o Washington Post, Kerry foi a Moscou com a ideia de estabelecer um centro de comando comum na Jordânia para coordenar seus bombardeios aéreos na Síria contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente Al-Nosra, a facção síria da Al-Qaeda.
Esta iniciativa - que, se concretizada, implicará uma mudança significativa na guerra da Síria - não foi bem acolhida por Putin.
"O tema de uma cooperação militar direta não foi debatido", declarou nesta sexta-feira o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
"A troca de informações prossegue, mas infelizmente não nos aproximamos ainda de uma real cooperação para melhorar os esforços na luta contra o terrorismo na Síria", acrescentou.
Minuto de silêncio
A reunião entre Kerry e seu colega russo Serguei Lavrov nesta sexta-feira teve início com um minuto de silêncio em memória das vítimas de Nice.
E, apesar das reticências de Moscou, Kerry insistiu no fato de que a tragédia na cidade francesa ilustra uma vez mais a necessidade de trabalhar de forma mais estreita na Síria.
"Não existe em nenhuma parte maior foco e maior viveiro destes terroristas que a Síria", enfatizou Kerry. "E estamos em uma posição para fazer algo contra isso", afirmou a Lavrov, acrescentando que o mundo espera que russos e americanos "acabem com esta nódoa terrorista".
Lavrov considerou útil o diálogo entre Putin e Kerry, e defendeu que os dois países intensifiquem os esforços na luta antiterrorista.
Washington e Moscou tentam se aproximar num momento em que são travados sangrentos combates na Síria, apesar do estabelecimento teórico de um cessar-fogo no final de fevereiro sob patrocínio de russos e americanos.
A última das tréguas temporárias anunciadas pelo exército sírio expirou nesta sexta, sem que tenha sido respeitada nem pelo regime, nem pelos rebeldes.
Limite de objetivos
Em troca do projeto de cooperação citado pelo Washington Post, o jornal afirma que Moscou deve limitar seus bombardeios a alvos escolhidos com os Estados Unidos, e que o regime sírio deve deixar de bombardear os rebeldes moderados.
Atualmente, os integrantes do EI e da Al-Qaeda estão à margem do cessar-fogo acertado entre o exército sírio e os opositores moderados. Os dois grupos jihadistas são bombardeados pela Rússia e pela coalizão dirigida pelos Estados Unidos.
Mas Washington acusa Moscou de também atacar nestes bombardeios aéreos os rebeldes moderados opostos ao presidente Bashar Al Assad, o que a Rússia desmente.
Kerry disse esperar "verdadeiros progressos mensuráveis" no início de sua reunião com Putin, mas o presidente russo recordou a aspiração dos dois países "não apenas para cooperar e sim obter resultados".
O secretário de Estado americano, John Kerry, defendeu nesta sexta-feira uma maior cooperação entre os Estados Unidos e a Rússia para acabar com a "nódoa terrorista" na Síria, após o ataque que deixou mais de 80 mortos na cidade francesa de Nice.
Kerry chegou a Moscou depois de participar dos festejos pelo 14 de julho - festa nacional francesa - em Paris, e se reuniu com o presidente russo Vladimir Putin até tarde da noite, enquanto, em Nice, transcorria o atentado que deixou ao menos 84 mortos.
Segundo o Washington Post, Kerry foi a Moscou com a ideia de estabelecer um centro de comando comum na Jordânia para coordenar seus bombardeios aéreos na Síria contra os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) e da Frente Al-Nosra, a facção síria da Al-Qaeda.
Esta iniciativa - que, se concretizada, implicará uma mudança significativa na guerra da Síria - não foi bem acolhida por Putin.
"O tema de uma cooperação militar direta não foi debatido", declarou nesta sexta-feira o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov.
"A troca de informações prossegue, mas infelizmente não nos aproximamos ainda de uma real cooperação para melhorar os esforços na luta contra o terrorismo na Síria", acrescentou.
Minuto de silêncio
A reunião entre Kerry e seu colega russo Serguei Lavrov nesta sexta-feira teve início com um minuto de silêncio em memória das vítimas de Nice.
E, apesar das reticências de Moscou, Kerry insistiu no fato de que a tragédia na cidade francesa ilustra uma vez mais a necessidade de trabalhar de forma mais estreita na Síria.
"Não existe em nenhuma parte maior foco e maior viveiro destes terroristas que a Síria", enfatizou Kerry. "E estamos em uma posição para fazer algo contra isso", afirmou a Lavrov, acrescentando que o mundo espera que russos e americanos "acabem com esta nódoa terrorista".
Lavrov considerou útil o diálogo entre Putin e Kerry, e defendeu que os dois países intensifiquem os esforços na luta antiterrorista.
Washington e Moscou tentam se aproximar num momento em que são travados sangrentos combates na Síria, apesar do estabelecimento teórico de um cessar-fogo no final de fevereiro sob patrocínio de russos e americanos.
A última das tréguas temporárias anunciadas pelo exército sírio expirou nesta sexta, sem que tenha sido respeitada nem pelo regime, nem pelos rebeldes.
Limite de objetivos
Em troca do projeto de cooperação citado pelo Washington Post, o jornal afirma que Moscou deve limitar seus bombardeios a alvos escolhidos com os Estados Unidos, e que o regime sírio deve deixar de bombardear os rebeldes moderados.
Atualmente, os integrantes do EI e da Al-Qaeda estão à margem do cessar-fogo acertado entre o exército sírio e os opositores moderados. Os dois grupos jihadistas são bombardeados pela Rússia e pela coalizão dirigida pelos Estados Unidos.
Mas Washington acusa Moscou de também atacar nestes bombardeios aéreos os rebeldes moderados opostos ao presidente Bashar Al Assad, o que a Rússia desmente.
Kerry disse esperar "verdadeiros progressos mensuráveis" no início de sua reunião com Putin, mas o presidente russo recordou a aspiração dos dois países "não apenas para cooperar e sim obter resultados".