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EUA criticam libertação de supostos talebans no Afeganistão

Estados Unidos consideraram extremamente lamentável a libertação de 65 supostos talebans da penitenciária afegã de Bagram

Ex-prisioneiros abraçam parentes depois de serem libertados da prisão de Bagram: governo afegão carrega a responsabilidade dos resultados desta decisão, dizem EUA (AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 13 de fevereiro de 2014 às 10h00.

Cabul - O governo dos Estados Unidos considerou nesta quinta-feira "extremamente lamentável" a libertação de 65 supostos talebans da penitenciária afegã de Bagram, anunciada pelas autoridades de Cabul.

"O governo afegão carrega a responsabilidade dos resultados desta decisão. Pedimos que faça todos os esforços necessários para garantir que os libertados não cometam novos atos de violência e terror", afirmou a embaixada americana em Cabul.

As autoridades afegãs libertaram durante a manhã 65 supostos combatentes talebans da penitenciária de Bagram, apesar dos protestos dos Estados Unidos, que os consideram uma ameaça para a segurança do país.

"Os 65 presos foram liberados e deixaram a penitenciária de Bagram durante a manhã", afirmou Abdul Shukor Dadras, integrante do comitê responsável por avaliar a situação das pessoas detidas no país.

"Foram de carro para casa, mas não organizamos seu transporte", disse à AFP o general Ghulam Faruq, chefe da polícia militar em Bagram.

O governo afegão anunciou em 9 de janeiro que 72 detentos da prisão de Bagram, perto de Cabul, seriam libertados por falta de provas contra eles, o que provocou protestos das autoridades americanas.

Segundo o governo americano, os prisioneiros são "pessoas perigosas", diretamente relacionadas com ataques contra soldados da Otan e membros das forças afegãs.


A libertação dos 65 prisioneiros é "um passo para trás no Estado de direito no Afeganistão e uma fonte de inquietação legítima" para as forças de segurança afegãs e internacionais, que lutam contra a insurreição dos talebans, afirmou nesta semana o exército americano.

Em março de 2013, o governo dos Estados Unidos transferiu ao Afeganistão a gestão da penitenciária de Bagram, chamada de "Guantánamo do Oriente", mas os americanos seguem controlando os prisioneiros não afegãos, principalmente paquistaneses.

Analistas consideram as libertações como um gesto do governo afegão na direção dos talebans, em uma tentativa de convencê-los a participar nas negociações de paz para estabilizar o país após a retirada das tropas da Otan, prevista para o fim do ano.

Os talebans afegãos, liderados pelo mulá Omar, rejeitaram até o momento qualquer diálogo com o presidente Hamid Karzai, que consideram uma "marionete" dos Estados Unidos.

A nova divergência é mais um ponto de tensão entre Washington e Karzai sobre o Acordo Bilateral de Segurança (BSA), que deve definir se os americanos mantêm algumas tropas no Afeganistão após a saída da Otan.

O governo dos Estados Unidos ameaça o presidente afegão com a retirada de todas as tropas se Karzai não assinar rapidamente o acordo. Mas o chefe de Estado afegão quer esperar as eleições presidenciais de abril e deixar para o sucessor a assinatura de acordo.

Em 2011, a falta de um acordo similar levou Washington a abandonar o Iraque sem deixar tropas de apoio ao exército iraquiano. Desde então, o país vive uma onda de violência.

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Cabul - O governo dos Estados Unidos considerou nesta quinta-feira "extremamente lamentável" a libertação de 65 supostos talebans da penitenciária afegã de Bagram, anunciada pelas autoridades de Cabul.

"O governo afegão carrega a responsabilidade dos resultados desta decisão. Pedimos que faça todos os esforços necessários para garantir que os libertados não cometam novos atos de violência e terror", afirmou a embaixada americana em Cabul.

As autoridades afegãs libertaram durante a manhã 65 supostos combatentes talebans da penitenciária de Bagram, apesar dos protestos dos Estados Unidos, que os consideram uma ameaça para a segurança do país.

"Os 65 presos foram liberados e deixaram a penitenciária de Bagram durante a manhã", afirmou Abdul Shukor Dadras, integrante do comitê responsável por avaliar a situação das pessoas detidas no país.

"Foram de carro para casa, mas não organizamos seu transporte", disse à AFP o general Ghulam Faruq, chefe da polícia militar em Bagram.

O governo afegão anunciou em 9 de janeiro que 72 detentos da prisão de Bagram, perto de Cabul, seriam libertados por falta de provas contra eles, o que provocou protestos das autoridades americanas.

Segundo o governo americano, os prisioneiros são "pessoas perigosas", diretamente relacionadas com ataques contra soldados da Otan e membros das forças afegãs.


A libertação dos 65 prisioneiros é "um passo para trás no Estado de direito no Afeganistão e uma fonte de inquietação legítima" para as forças de segurança afegãs e internacionais, que lutam contra a insurreição dos talebans, afirmou nesta semana o exército americano.

Em março de 2013, o governo dos Estados Unidos transferiu ao Afeganistão a gestão da penitenciária de Bagram, chamada de "Guantánamo do Oriente", mas os americanos seguem controlando os prisioneiros não afegãos, principalmente paquistaneses.

Analistas consideram as libertações como um gesto do governo afegão na direção dos talebans, em uma tentativa de convencê-los a participar nas negociações de paz para estabilizar o país após a retirada das tropas da Otan, prevista para o fim do ano.

Os talebans afegãos, liderados pelo mulá Omar, rejeitaram até o momento qualquer diálogo com o presidente Hamid Karzai, que consideram uma "marionete" dos Estados Unidos.

A nova divergência é mais um ponto de tensão entre Washington e Karzai sobre o Acordo Bilateral de Segurança (BSA), que deve definir se os americanos mantêm algumas tropas no Afeganistão após a saída da Otan.

O governo dos Estados Unidos ameaça o presidente afegão com a retirada de todas as tropas se Karzai não assinar rapidamente o acordo. Mas o chefe de Estado afegão quer esperar as eleições presidenciais de abril e deixar para o sucessor a assinatura de acordo.

Em 2011, a falta de um acordo similar levou Washington a abandonar o Iraque sem deixar tropas de apoio ao exército iraquiano. Desde então, o país vive uma onda de violência.

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