EUA condenam possível ataque químico na Síria
Questionada pela possível responsabilidade da Rússia nos ataques, o porta-voz não hesitou em denunciar o papel do Kremlin
EFE
Publicado em 1 de fevereiro de 2018 às 22h00.
Washington - O Departamento de Estado dos Estados Unidos afirmou nesta quinta-feira que Washington leva "muito a sério" as denúncias sobre um possível ataque com armas químicas em Ghouta Oriental, o principal bastião da oposição na periferia de Damasco, e advertiu que, se as acusações procederem, a Rússia também será considerada responsável.
"Os Estados Unidos estão extremamente preocupados por um novo relatório sobre o uso de gás cloro por parte do regime sírio para aterrorizar civis inocentes em Ghouta Oriental. Levamos muito a sério essas acusações e estamos investigando esses relatórios", declarou a porta-voz do Departamento de Estado, Heather Nauert, durante uma coletiva de imprensa em Washington.
Nauert lamentou que, se os relatórios forem corretos, este seria o terceiro ataque químico nos últimos 30 dias feito por parte do regime do presidente sírio, Bashar al Assad, contra os moradores de Ghouta Oriental com o propósito de "aterrorizar inocentes civis".
Questionada pela possível responsabilidade da Rússia nesses ataques devido ao apoio que este país oferece ao regime sírio, Nauert não hesitou em denunciar o papel do Kremlin.
"Está claro que a Rússia tem influência (sobre Assad), mas não está tomando a decisão correta (...). A Rússia tem que fazer mais e é responsável pelas ações do governo sírio", argumentou a porta-voz.
De fato, Nauert acusou Moscou de ter permitido que o atual regime siga "de pé " graças ao apoio militar que Putin ofereceu a Assad ao longo do conflito.
Apesar da crescente tensão na Síria, Nauert defendeu uma solução diplomática e pediu que a comunidade internacional "exigisse responsabilidades" e condenasse os ataques "com uma única voz".
Em abril de 2017, os Estados Unidos ordenaram represálias militares contra o regime de Assad, em resposta a um ataque químico similar, e suas forças armadas bombardearam a base aérea de Shayrat.
Fontes do Pentágono consultadas pela Agência Efe rejeitaram se pronunciar sobre a possibilidade de uma reação similar.