EUA aplica sanções a suspeitos no Brasil de apoiar a Al-Qaeda
Três residentes no Brasil entraram na lista de sanções dos EUA e suas empresas, duas lojas de móveis em Guarulhos, não poderão fazer negócio com empresas americanas
Estadão Conteúdo
Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 08h50.
Última atualização em 23 de dezembro de 2021 às 08h51.
No segundo pacote de sanções envolvendo suspeitos de atuar com grupos criminosos no Brasil em duas semanas, o governo dos Estados Unidos incluiu ontem três pessoas na lista de sanções de ativos do Departamento do Tesouro.
São eles o egípcio naturalizado brasileiro Haytham Ahmad Shukri Ahmad Al-Maghrabi, de 35 anos, Mohamed Sherif Mohamed Awad, de 48 anos, de nacionalidade egípcia e síria, e Ahmad Al-Khatib, de 52 anos, cidadão egípcio e libanês.
Eles tiveram os bens congelados nos EUA em virtude das sanções. As empresas deles - duas lojas de móveis na região de Guarulhos, na Grande São Paulo - também entraram na lista de penalidades do Departamento do Tesouro, o que significa que não poderão fazer negócios com empresas americanas.
Segundo o governo dos EUA, Al-Maghrabi chegou ao Brasil em 2015 e manteve contato com Awad, suspeito de falsificação de dinheiro. Juntamente com Al-Khatib, outro empresário de móveis da região de Guarulhos, eles teriam ajudado com "recursos financeiros e tecnológicos" Mohamed Ahmed Elsayed Ahmed Ibrahim que, em 2019, passou a ser procurado pelo FBI por suspeita de ter agido em nome de Al-Qaeda.
Procurados pelo Estadão, Awad e Al-Khatib não quiseram dar entrevista.
A Embaixada dos EUA no Brasil divulgou nota na qual ressalta que o terrorismo é uma "ameaça global" e pregou cooperação com as autoridades brasileiras.
"Esta ação contra os apoiadores do terrorismo internacional, sediados no Brasil, ressalta que o terrorismo é uma ameaça global que requer ação e cooperação internacional. Estamos empenhados a continuar o trabalho em estreita colaboração com nossos parceiros brasileiros para combater esta ameaça."
A decisão de incluir os suspeitos na lista de sanções foi informada ao Palácio do Planalto, Ministério das Relações Exteriores, Ministério da Justiça, Segurança Pública e Polícia Federal.
"As designações de hoje ajudarão a negar o acesso da Al-Qaeda ao setor financeiro formal para gerar receita para apoiar suas atividades", declarou, por meio de nota, Andrea Gacki, diretora do Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros, responsável por organizar a lista de sanções. "As atividades desta rede sediada no Brasil demonstram que a Al-Qaeda continua sendo uma ameaça terrorista global generalizada", completou a Embaixada dos EUA em nota.
Na semana passada, os EUA já haviam imposto sanções ao Primeiro Comando da Capital (PCC), grupo de crime organizado que atua no Brasil.