Síria: apesar da resolução da ONU, os enfrentamentos não cessaram, como evidenciam as dezenas de vítimas que foram registradas nos últimos dias em Ghouta Oriental (Bassam Khabieh/Reuters)
EFE
Publicado em 7 de março de 2018 às 17h08.
Washington - A porta-voz do Departamento de Estado dos Estados Unidos, Heather Nauert, acusou nesta quarta-feira a Rússia de aproveitar o conflito na Síria para pôr a toda prova seus novos caças Sukhoi Su-57, e fez um pedido tanto ao Kremlin como ao presidente sírio, Bashar al Assad, para que respeitem a trégua aprovada pela ONU.
"A Rússia está agora utilizando a Síria para testar o caça invisível SU-57. Esse é o compromisso da Rússia com o cessar-fogo, a segurança dos civis e a ajuda humanitária", denunciou Nauert, que considerou, além disso, que "fracassaram" as conversas entre Rússia, Turquia e Irã realizadas em Astana, no Cazaquistão, no verão passado.
Esta declaração acontece depois que nesta terça-feira o Ministério de Relações Exteriores do Cazaquistão confirmou uma nova rodada de negociações entre representantes de alto nível destes três países, que voltarão a se reunir no próximo dia 16 de março em Astana para abordar este conflito que já dura sete anos.
Além disso, a funcionária americana criticou a Rússia por não respeitar o cessar-fogo humanitário decretado pelo Conselho de Segurança da ONU, no último dia 24 de fevereiro, a favor do qual havia votado a própria delegação russa.
"A Rússia votou pelo cessar-fogo da ONU na Síria e depois o ignorou ao bombardear civis em Damasco e em Ghouta Oriental", lamentou Nauert através da sua conta oficial no Twitter.
Finalmente, Nauert fez um pedido tanto ao Kremlin como a Assad para que respeitem a trégua e "permitam o envio de uma ajuda humanitária tão desesperadamente necessária".
Há semanas, Washington vem acusando Assad e, sobretudo, o presidente russo, Vládimir Putin, de estar aproveitando a trégua para seus próprios interesses, ponto sobre o qual voltou a insistir a Casa Branca no domingo passado.
Apesar da resolução da ONU, os enfrentamentos não cessaram, como evidenciam as dezenas de vítimas que, segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, foram registradas nos últimos dias em Ghouta Oriental, principal reduto rebelde situado nos arredores de Damasco.