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Eu não sou o super-homem, diz papa Francisco

Pontífice reforçou que a proibição aos contraceptivos e a oposição ao casamento gay vão continuar


	O papa Francisco: "não é uma questão de mudar a doutrina, mas aprofundar, de modo que a preocupação pastoral leve em conta situações e o que pode ser feito para as pessoas"
 (AFP)

O papa Francisco: "não é uma questão de mudar a doutrina, mas aprofundar, de modo que a preocupação pastoral leve em conta situações e o que pode ser feito para as pessoas" (AFP)

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Da Redação

Publicado em 5 de março de 2014 às 11h28.

Cidade do Vaticano  - O papa Francisco minimizou a ideia de que é um "super-homem" que irá promover amplas reformas na Igreja Católica, e reforçou que a proibição aos contraceptivos e a oposição ao casamento gay vão continuar.

O papa, em entrevista ao jornal Corriere della Sera publicada nesta quarta-feira, disse ainda que nenhuma instituição agiu com mais "transparência e responsabilidade" do que a Igreja para proteger as crianças na esteira dos escândalos de abusos sexuais.

Desde a eleição como papa há quase um ano, Francisco promoveu a ideia de uma Igreja mais voltada para as necessidades dos pobres, o que lhe rendeu enorme popularidade e aumentou as expectativas de que poderia suavizar regras em temas como contracepção, divórcio e relacionamento gay.

Perguntado sobre o que acha de seu status de celebridade, Francisco disse que não gosta da "mitologia" dele como um homem que pode cumprir todas as expectativas.

"Retratar o papa como uma espécie de super-homem, uma espécie de astro, parece ofensivo para mim. O papa é um homem que ri, chora, dorme tranquilamente e tem amigos como todo mundo, uma pessoa normal", disse.

Francisco deixou claro que não antevê mudanças na posição da Igreja sobre a proibição ao controle artificial de natalidade, estabelecido na encíclica Humanae Vitae do papa Paulo 6º, em 1968.

Um sínodo de bispos a ser realizado em outubro deve discutir maneiras de aplicar e explicar melhor o tema, disse o papa, que chamou a encíclica de "profética e corajosa".


"Não é uma questão de mudar a doutrina, mas aprofundar, de modo que a preocupação pastoral leve em conta situações e o que pode ser feito para as pessoas", disse o papa, sem elaborar.

Uma pesquisa internacional com católicos no ano passado mostrou uma profunda divisão entre autoridades da Igreja e dos fiéis sobre questões de moralidade sexual.

No mês passado, Francisco pediu aos cardeais que fossem "inteligentes, corajosos e amorosos" no debate sobre temas familiares.

As palavras do papa na entrevista parecem ser um alerta aos liberais para que diminuam as expectativas.

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